8 de Outubro de 2024

Dólar

Euro

Economia

Jornal Primeira Página > Notícias > Economia > Avaliação do mercado global passa por ‘reflação’

Avaliação do mercado global passa por ‘reflação’

Maioria dos países emergentes precisou lançar grandes pacotes fiscais para enfrentar a pandemia de covid-19, o que elevou sua dívida fiscal

07/04/2021 09h23 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Avaliação do mercado global passa por ‘reflação’ Foto: Agência Brasil

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, repetiu a avaliação de que o mercado global passa por uma “reflação”, caracterizado por um movimento de alta de preços aliado a uma recuperação da economia. Segundo ele, essa questão está por trás do aumento dos preços internacionais das commodities que têm impactado a inflação no Brasil.

“Se você voltar a novembro do ano passado, nós do BC entendemos que tínhamos os ingredientes para um ‘reflation trade’. Em reuniões internacionais, havia um sentimento de que a inflação continuaria baixa por mais tempo, com juros baixos. Todo mundo pensou que não veríamos a inflação por um tempo e o mercado foi preparado para isso. E então isso começou a mudar no fim do ano”, afirmou.

Segundo ele, enquanto a maioria dos países ainda disponibilizava de maneira coordenada enormes pacotes fiscais e monetários, começava-se a ver uma luz sobre a vacinação nesses lugares. “Os estímulos ainda são grandes, e ao mesmo tempo as pessoas começam a ver um melhor ambiente para a economia. Isso causou o começo da reflação”.

O presidente do BC destacou o aumento dos preços das commodities produzidas pelos países emergentes, enquanto as moedas desses países não têm performado bem. Para ele, parte das mudanças de preços de commodities são mais estruturais do que alguns economistas pensam.

“Isso significa que os preços locais dessas commodities sobem ainda mais, o que significa que a inflação de alimentos também sobe – e vimos uma aceleração nos últimos dois meses. Isso causa uma diferenciação, já que nos países emergenciais o peso dos alimentos na inflação é bem maior do que nos países desenvolvidos”, argumentou.

Campos Neto lembrou ainda que a maioria dos países emergentes precisou lançar grandes pacotes fiscais para enfrentar a pandemia de covid-19, o que elevou a dívida dessas economias. “Então estamos neste ambiente, no qual de repente os mercados passaram a precificar que você precisa elevar os juros, mas você tem uma dívida muito maior. Então os países com maior endividamento tiveram uma desvalorização maior de suas moedas, uma elevação maior dos prêmios de risco no fim da curva. E essa diferenciação ficou ainda maior”, concluiu.

Recomendamos para você

Comentários

Assinar
Notificar de
guest
0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
plugins premium WordPress
0
Queremos sua opinião! Deixe um comentário.x