Variante de Manaus do Coronavírus é registrada na cidade
Mutação do vírus é mais agressiva e possui uma taxa de transmissibilidade maior
A variante de Manaus do coronavírus chegou à Descalvado, conforme divulgado pela Prefeitura de Descalvado, através do secretário de saúde do município, o enfermeiro Wander Roberto Boneli, nesta sexta-feira, 09.
De acordo com as informações passadas pelo secretário de saúde, a Rede Vírus MCTI, composta pelos Instituto de Biotecnologia IBTEC e Instituto de Biociência – UNESP Botucatu, do Instituto de Biociência, Letras e Ciências Exatas IBILCE – UNESP, São José do Rio Preto, do Laboratório de Vírus da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto FAMERP e da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP Pirassununga FZEA, sequenciou cinquenta amostras de testes positivos para Covid-19 em nossa região, dos quais dois testes eram de Descalvado, e em ambos os casos a variante identificada neles era a de Manaus, tecnicamente conhecida como variante P1 do coronavírus.
Isso gera uma espécie de “alerta maior” para nossa população, haja vista que essa variante P1 é mais agressiva e possui uma taxa de transmissibilidade maior. Um estudo publicado no final de fevereiro pelos pesquisadores do Projeto Cadde, que reúne instituições brasileiras USP e Unicamp, entre outras e britânicas Imperial College e Universidade de Oxford aponta que essa variante de Manaus tem um poder de transmissão que pode ser de até 2,2 vezes maior que as demais variantes.
Outra grande preocupação é a de que essa variante encontrada em duas pessoas em Descalvado possui de 25% a 61% de chances de escapar da imunidade adquirida por quem já foi infectada anteriormente por outras cepas, o que significa dizer que, se a pessoa já contraiu Covid-19 no passado, pode ser reinfectada por essa variante.
O vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, afirmou ao G1 que, entre todas as linhagens de coronavírus circulando atualmente, poucas são tão preocupantes como a variante P1, como é chamada a linhagem descoberta no Amazonas. Mesmo sem mensurar dados de letalidade, o cientista afirma que, por ser mais transmissível e conter uma carga viral elevada, ela provoca um aumento no número de casos e, consequentemente, de mortos.
Como os testes foram feitos
A Diretoria Regional de Saúde de Araraquara – DRS III fez uma seleção aleatória de cinquenta amostras positivas para Covid-19 nas cidades de nossa região, excluindo dessa amostragem as cidades de São Carlos e Araraquara por já haver a confirmação desta variante nesses municípios, para testá-las no objetivo de identificar se a variante de Manaus está em nossa região, e dos municípios testados, além de Descalvado, Boa Esperança do Sul, Ibitinga, Américo Brasiliense, Porto Ferreira, Gavião Peixoto, Tabatinga, Ribeirão Bonito, Rincão, Nova Europa e Trabiju também possuem casos de infecção por essa mutação do coronavírus.
Em Descalvado foram selecionadas, maneira aleatória, duas amostras, de uma pessoa de 37 anos e outra de 54 anos, que não se ausentaram da cidade, porém, as duas amostrar testaram positivas para a nova variante de Manaus, o que demonstra que essa mutação mais agressiva está circulando do município.
Com isso as necessidades de isolamento social e todas as demais determinações sanitárias devem ser seguidas à risca, pois como esta variante possui um índice de transmissão maior, além de ser mais agressiva e mais letal, todo cuidado é necessário para impedir a sua disseminação.