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FEHOSP e Estado alertam para falta do Kit Intubação na rede hospitalar

Mais de 160 hospitais que responderam ao levantamento apontam que os estoques têm, em média, de 3 a 5 dias de duração

18/04/2021 07h03 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
FEHOSP e Estado alertam para falta do Kit Intubação na rede hospitalar Foto: Américo Antonio / Sesa

Uma série de reportagens foi realizada pela imprensa durante a semana que abordou o levantamento realizado pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), junto aos hospitais filantrópicos do Estado – cerca de 300 associados – no qual foi identificado o desabastecimento em grande escala de anestésicos e medicamentos do chamado ‘kit intubação’ usados em pacientes com quadro clínico grave no sistema respiratório, e precisão de ventilação mecânica.

Os mais de 160 hospitais que responderam ao levantamento apontam que os estoques de anestésicos, sedativos e relaxantes musculares têm, em média, de 3 a 5 dias de duração e que começam a ficar escassos também os antibióticos. Outra falta comprovada é de anticoagulante que é usado em pacientes com a Covid-19 agravada.

Além da FEHOSP, o governo do Estado de São Paulo afirmou que o ‘kit intubação’ repassado pelo Ministério da Saúde iria acabar em 48 horas, tempo que esgotaria neste domingo, 18, caso não houvesse uma nova aquisição.

Segundo o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, as cerca de 407 mil doses de medicação entregues ao estado pelo governo federal não resolverão o problema de abastecimento dos hospitais. Na sexta-feira, o Ministério Público Federal protocolou um pedido de liminar para que a União faça a reposição emergencial de remédios para intubação no estado.

O presidente da Fehosp, Edson Rogatti afirmou que a entidade está monitorando a situação por meio de um grupo online com mais de 200 hospitais. A cada dia a situação é mais desesperadora. “Mesmo nos hospitais que apontam entre 8 e 10 dias de estoque a situação é delicada, pois são hospitais maiores que também recebem grande volume de novas internações a cada dia e, dependendo da região, o estoque cai bruscamente de um dia para o outro”.

Matão, Guarujá, Votuporanga, Presidente Epitácio, Fernandópolis e Rio Preto são exemplos de hospitais que operam com estoques entre 2 e 3 dias de margem apenas, mas a situação no estado todo é grave e os hospitais que acumulam 10 dias de estoque são raros. Muitos hospitais que apontam o baixo estoque no levantamento preferem não divulgar cidade ou nome da instituição, preocupados em não causar pânico nos familiares dos pacientes internados.

O Primeira Página buscou junto às autoridades municipais da Saúde, Comitê de Combate ao Coronavírus, hospital filantrópico, público e particular qual era o estoque do Kit Intubação na cidade, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno. Contudo desde o dia 25 de março a Santa Casa de São Carlos afirmou que não receberia mais pacientes graves por falta de sedativos e analgésicos para a intubação. O hospital ainda fechou seis leitos de UTI Covid, alegando o desabastecimento das medicações relativas ao tratamento da Covid-19.

Em contato com mais de 22 fornecedores nas últimas 24 horas, os hospitais não encontraram possibilidade de compra “A Secretaria estadual tem ajudado, mas também não está conseguindo grandes volumes. Estamos batalhando por importações que estão sendo lideradas pela Confederação das Santas Casas, mas os estoques no exterior também não estão disponíveis e tememos pelo pior. Se o volume de internação não cair rapidamente, não conseguiremos repor os estoques e será uma situação trágica”, alerta Rogatti

BRASIL – Em 975 cidades, há risco de prefeituras e sistemas de saúde ficarem sem os remédios do kit intubação, usados no suporte ventilatório de pacientes com covid-19, como anestésicos e neurobloqueadores.

O total representa 33,2% das 2.938 cidades consultadas pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Desse total, 190 (6,5%) não responderam à pesquisa e 1.773 (60,3%) disseram que não passavam por esse problema naquele momento.

Na semana passada, autoridades de 1.207 municípios relataram o temor de desabastecimento do kit intubação, o que equivalia a 38,1% dos entrevistados. Assim, houve queda tanto em números absolutos quanto no percentual da amostra analisada pelo estudo.

OXIGÊNIO – Entre os municípios pesquisados, 391 prefeituras citaram a possibilidade de falta de oxigênio para atendimento aos pacientes com covid-19. O número corresponde a 13,3% das autoridades locais ouvidas. Não responderam à consulta 63 prefeituras (2,1%) e 2.484 (84,5%) disseram não haver risco de desabastecimento agora.

Assim como no caso do kit intubação, o resultado desta semana foi menor do que o da anterior, quando tal possibilidade foi relatada por 589 prefeituras, o equivalente a 18,7% dos ouvidos naquele levantamento. Na outra semana, o índice havia sido ainda maior, de 23,4%.

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