Adiantamento considera remessas previstas pelo governo federal
Possíveis atrasos podem influenciar no calendário de vacinação divulgado pelo governo estadual
O secretário-executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano, afirmou nesta terça-feira (15), em reunião em ambiente virtual da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que o adiantamento da vacinação é baseado na disponibilização dos imunizantes por parte do governo federal.
Segundo Adriano, o Ministério da Saúde disponibiliza no seu portal oficial na internet quais serão as entregas de imunizantes até o final do ano. “Nós, conhecedores que somos de qual é a perspectiva de encaminhamento de doses pelo ministério mês a mês, sabemos qual é o percentual que cabe ao Estado de São Paulo no total geral. Com essas informações, nós temos condições de projetar um calendário de vacinação”, afirmou.
O Estado de São Paulo já recebeu cerca de 25,7 milhões de doses e repassou 22,2 milhões aos municípios. De acordo com o secretário, baseado no último calendário de vacinação divulgado, até 15 de dezembro toda a população com mais de 18 anos estará imunizada com as duas doses.
Eduardo Adriano também falou que, após a suspensão da vacinação das gestantes com a vacina Oxford/AstraZeneca, da Fiocruz, o número de imunização desse grupo diminuiu. “Nós encaminhamos 90 mil doses no Estado para esse público de gestantes com comorbidades. Vinte dias depois deste encaminhamento, os números indicaram que não mais que 30 mil gestantes tinham sido vacinadas”, afirmou.
O secretário acredita que o medo de efeitos colaterais tenha sido a principal causa dessa baixa. “Isso é absolutamente compreensível e exige de nós um esforço adicional de convencimento. As vacinas são seguras”, declarou.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), foram encontrados anticorpos para Covid-19 no leite materno de mulheres vacinadas com a Coronavac, até quatro meses após a vacinação, o que é considerado uma boa notícia, pois a mãe está protegida, assim como o bebê.
Na reunião, a deputada Janaína Paschoal (PSL) questionou se há a possibilidade de utilizar as vacinas, reservadas para a segunda dose de pessoas que não foram recebê-las, na imunização de outros grupos.
Adriano afirmou que a vacina é um direito a ser respeitado, então é necessário que ela esteja disponível mesmo para essas pessoas. “É uma pena que hajam faltosos da segunda dose, nós não desistiremos desses faltosos, porém hoje quem não toma a segunda dose, não toma pelo seu livre arbítrio de não tomar, ela está lá e ele não foi impedido por uma política pública de toma-la”, afirmou.
Ele reforçou também que não existem evidências que comprovem que apenas uma dose das vacinas disponíveis no Brasil seja suficiente para uma proteção completa.
Ainda durante a reunião, a deputada Janaína perguntou se existe algum plano para o Programa da Saúde da Família de visitar as gestantes, no período de pandemia de Covid-19 ou fora dele, para saber se elas estão se cuidando.
Segundo o secretário, o Estado tem o papel de nortear políticas públicas, mas a execução é de responsabilidade dos municípios. “Nós temos a área temática da mulher, que faz interlocução próxima com os municípios por meio do Conselho dos Secretários Municipais, temos câmaras técnicas que discutem constantemente o tema, estamos à disposição dos municípios para implementar ações conjuntas”, disse.