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Testagem em massa sem isolamento do infectado só garante números

Bernardino Alves Souto, contestou a ação da Prefeitura de São Carlos (SP) na busca pelo controle da pandemia do novo coronavírus

22/06/2021 07h05 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
Testagem em massa sem isolamento do infectado só garante números Foto: Divulgação

O médico especialista em epidemiologia e coordenador técnico do Comitê de Controle do Coronavírus da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), Bernardino Alves Souto, contestou a ação da Prefeitura de São Carlos (SP) na busca pelo controle da pandemia do novo coronavírus, como a testagem rápida em massa.

Para ele, fazer testagem em massa sem garantia do isolamento de infectados e da quarentena dos contactantes só serve para contar os casos, mas, não ajuda controlar a pandemia.

“A testagem em massa da população é útil, junto com as demais medidas preventivas, desde que todos os testados positivos sejam efetivamente postos em isolamento imediato, e seus contatos postos em quarentena e também testados”.

A análise do professor indica que o controle da pandemia depende essencialmente do uso de máscaras, distanciamento físico, vacinação rápida e em massa e isolamento de infectados com quarentena dos contactantes contaminados.

Ele vai além, o poder público pode fazer várias ações para reduzir casos, mortes e hospitalizações por Covid-19: medidas restritivas à circulação de pessoas como fechamento de atividades não essenciais e regulação do funcionamento das outras (entre elas o lockdown), barreiras sanitárias para coibir o fluxo não essencial de pessoas, interromper o transporte público, organizar uma linha de cuidado assistencial no sistema de saúde sob coordenação da Vigilância Epidemiológica, além de prover informação confiável e de qualidade para inibir o que é notícia falsa.

Bernardino observa que por falta de ações coordenadas, o Brasil se tornou uma incubadora de mutações virais devido à alta e descontrolada transmissibilidade do vírus. A mutação acontece no momento da replicação viral. Quanto mais o vírus se transmite, mais se replica e mais pode sofrer mutação. As mutações podem ter desde nenhum efeito como também gerar vírus com maior capacidade de transmissão, de causar doença mais grave ou maior capacidade de escapar aos anticorpos produzidos pelo organismo, tanto em pessoas que já têm anticorpos.

A lentidão do processo de vacinação colabora para a oportunidade de adaptação do vírus no sentido de desenvolver resistência contra a vacina, especialmente em um ambiente de alta taxa de transmissão. “O descontrole da pandemia no Brasil, associado à lentidão com que as pessoas vêm sendo vacinadas, oferece risco para que a vacina perca eficácia e para que a vacinação perca eficiência”, conclui.

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