UFSCar recruta voluntários asmáticos para pesquisa
O Departamento de Fisioterapia (Dfisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está selecionando voluntários portadores de asma para participarem de estudo sobre um novo método de diagnóstico, o teste de caminhada com velocidade controlada. A pesquisa é realizada por pesquisadoras do Programa de Pós-graduação em Fisioterapia (PPGFt) da UFSCar.
Serão aceitos para os estudos candidatos de ambos os sexos entre 18 e 45 anos de idade, que realizam acompanhamento médico regular, não são fumantes ou ex-fumantes e não apresentem quadro de crise asmática. Além disso, eles não devem possuir outra doença pulmonar, não ser gestantes e não ter limitações ortopédicas ou cardíacas que impeçam a realização de exercício.
O objetivo do teste é avaliar a eficiência do diagnóstico de Broncoconstrição Induzida pelo Exercício (BIE), que é o estreitamento das vias áreas, os brônquios, que causa a insuficiência respiratória, através do novo método de caminhada com velocidade controlada. Atualmente existe um teste considerado padrão ouro e de esforço máximo chamado cardiopulmonar, que se utiliza de uma esteira rolante ou cicloergômetro, sendo equipamento mais caro e assim tão pouco utilizado consultórios e aplicado em pacientes asmáticos.
“Com este novo teste pretendemos simplificar e facilitar o teste de diagnóstico do broncoconstrição equiparando aos resultados e a eficiência no teste de esforço máximo cardiopulmonar”, comenta a doutoranda e pesquisadora do Programa, Adriana Sanches Garcia de Araújo.
De acordo com a pesquisadora, o diagnóstico BIE é importante porque há um grande fator de risco para morte súbita na população asmática, sendo responsável pela maioria das crises de asma na infância com alta prevalência em indivíduos com diagnóstico de asma; 10% dos quadros de BIE acometem indivíduos sem diagnóstico de asma.
São cinco encontros. A preparação, a caminhada e a avaliação devem durar entre 40 e 50 minutos. O estudo também tem a participação de um médico que participa da realização do teste de esforço cardiopulmonar.
“Se comprovada a validade da caminhada para o diagnóstico de Broncoconstrição Induzida pelo Exercício, o teste poderá ser amplamente utilizado como diagnóstico preventivo”, diz Araújo.
Além disso, após participar da pesquisa os voluntários terão acesso a um diagnóstico sobre broncoconstrição, podendo avaliar com seu médico o tratamento adequado para seu quadro de asma. “Isso evita complicações da broncoconstrição e suas complicações e permite que o paciente possa realizar atividades físicas com mais segurança”, esclarece a pesquisadora.
O projeto é realizado com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sob orientação de Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, professora do Dfisio da UFSCar.