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São Carlos ganhou 75 mil habitantes em 25 anos

Entre o surgimento da internet no Brasil em 1995 e chegada do 5G, município ganhou “uma Pirassununga”

04/11/2021 06h45 - Atualizado há 3 anos Publicado por: Redação
São Carlos ganhou 75 mil habitantes em 25 anos Fotos: Divulgação
Reportagem: Marco Rogério

O município de São Carlos cresceu 75 mil habitantes em 25 anos. Entre 1995 e 2020, o município ganhou uma população que dá o total atual de habitantes de Pirassununga, cidade da região que abriga duas bases das forças armadas brasileiras: uma da Aeronáutica e outra do Exército. A cidade saiu do Século XX e entrou no Século XXI em pleno avanço demográfico.

O município ganhou vários novos bairros, como o São Carlos 8, na Zona Leste, o Moradas I e Moradas II e Araucária na Zona Noroeste, além dos complexos de condomínios fechados Dahma e Faber. Na Zona Sul, talvez a que mais tenha crescido, bairros populares como Jardim Zavaglia, Planalto Verde e Eduardo Abdelnur abrigaram milhares de são-carlenses.

Vários fatores colaboraram para este crescimento. Neste período, por exemplo, a UFSCar praticamente dobrou o número de cursos e de alunos, a USP também cresceu, ganhando um campi II e a Unicep tornou-se centro universitário. A cidade recebeu novos e importantes investimentos. A cidade que tinha um pesquisador para cada 200 habitantes, agora tem um para cada 100 são-carlenses.

Outra empresa importante, a Latam, antiga TAM, montou, em 2001, na antiga montadora da CBT, um centro de reparos de aviões. De lá para cá, o Aeroporto Mário Pereira Lopes tornou-se internacional e, assim, São Carlos vive a expectativa de se tornar um grande centro de importação e exportação através do transporte aéreo.

Nestas duas décadas e meia algumas empresas viveram seu apogeu e sua queda. Foi o caso da Tecumseh do Brasil. Nos anos 1990, a Tecumseh exportava para 60 países e vivia um período de grande pujança. A empresa chegou a ter 7.400 funcionários e chegou a anunciar a contratação de mais 800 durante a visita do então presidente Luís Inácio Lula da Silva à cidade. De lá para cá a empresa enfrentou várias crises e hoje tem cerca de 5.000 funcionários a menos .

A fábrica de motores da Volkskwagen, inaugurada em 1996, foi um marco para a cidade. Ela trouxe um novo status para o setor metalúrgico e formou uma classe média operário bom bons salários e benefícios. Também trouxe consigo um sindicalismo moderno que acabou derrubando as velhas tradições sindicais. Em 2010, Cabeça Filho, o fundador do Sindicato dos Metalúrgicos, teve que passar o bastão para a vanguarda da CUT, com Erick Silva, Ronaldo Lopes e outras lideranças.

Nos setores comercias e de serviços uma nova série de investimentos varreram a cidade de norte a sul e de leste a oeste. O Shopping Center Iguatemi, que surgiu em 1997, provocou uma modernização do comércio histórico da região central e também em outros setores como o chamado Alto da Cidade, formado pelos corredores comerciais das ruas Dr. Carlos Botelho e XV de Novembro.

PRÓS E CONTRAS

Falta de planejamento conserva problemas urbanos

Das locadoras de VHS aos serviços de streaming, do velho celular tijolão aos smartphones, dos velhos barzinhos com som ao vivo aos pubs, a cidade viveu um grande crescimento em vários segmentos, mas ainda enfrenta velhos problemas, como as enchentes em vários pontos da cidade. O número de veículos também avançou muito, deixando o tráfego bastante complicado e congestionado.

Na área cultural a nova unidade do SESC na Avenida Comendador Alfredo Maffei tornou-se o maior polo difusor de esportes, cultura e entretenimento da região. O Cine São Carlos fechou e reabriu em 3D em meados da Década de 2000. O sucesso foi tão grande que hoje conta com duas salas, mostrando que cinema não existe somente em shoppings.

Se velhas e consagradas marcas, como Chocolate Serra Azul, Doces Hero, FADISC e ABASC desapareceram, em compensação outras novas surgiram como Oásis Eventos, Banana Brasil, Serasa Experian e Passeio São Carlos, mostrando que a cidade se reinventa a cada dia.

Nas próximas semanas traremos novas matérias sobre este tema.

PRÓS E CONTRAS 2

Cronista alerta para o risco do crescimento desordenado

Nos últimos 25 anos, São Carlos se transformou e hoje depara com o desafio de encontrar alternativas para crescer sem perder as características da cidade pacata dos anos 1990. A partir dali e até meados da década seguinte, um novo cenário foi desenhado.

No período, instalaram-se o novo Sesc, a Volkswagen, o shopping center e saíram de cena a CBT e a Abasc. Fatos que pareceram simbólicos. Os setores do comércio e serviços progrediram e passaram a ser os maiores empregadores.  Consolidou-se a vocação tecnológica com o Campus 2 da USP, o Science Park, o IFSP, a Fatec, o MRO da Latam, incubadoras e startups.

Ao mesmo tempo, ações ocorreram para a preservação ambiental e da memória histórica. Não resta dúvida de que a cidade evoluiu, mas o crescimento desordenado ameaça o futuro. As enchentes nesse início de ano demonstraram que problemas antigos persistem e esperam por soluções novas.

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