Professora questiona interligação de ciclovias
Na avaliação da professora do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Suely Sanches, que atua na área de planejamento e transporte com foco em veículos não motorizados, o que foi feito não pode ser classificado de ciclovia e nem mesmo de ciclofaixa.
“Elas não estão interligadas e não criam uma rede por onde os ciclistas possam trafegar. É como se no final de cada uma delas o ciclista fosse teletransportado para outro ponto”, ironizou.
A professora afirmou que quando se pensa em fazer ciclovias não pode se pensar só no aspecto físico das vias por ser plano ou uma marginal por ter maior espaço. “A cidade necessita ter uma rede cicloviária que dê vazão ao fluxo que as pessoas precisam usar. É preciso saber como é essa rede para que possa ter utilidade, praticidade para o ciclista que usa a bicicleta como meio de transporte para a escola e trabalho”, salientou.
Suely vai além, ao afirmar que o poder público precisa fazer uma pesquisa de origem de destino. “Existem já pré-estabelecidos polos de atração de ciclista como indústrias e escolas. É possível sobre esse dado realizar projetos que atendam a demanda do usuário de bicicleta”, afirmou.
É importante que se tenha consciência que em vias de alta velocidade não cabe ciclovia, já que pelo código de trânsito nacional os veículos menores têm a prioridade sobre os veículos maiores. “Com isso a bicicleta tem preferência de passagem sobre qualquer veículo motorizado. E essa estrutura não foi resguardada na ciclovia da cidade que tem ‘pare’ nas esquinas. Na verdade, quem tem de parar são os veículos motorizados”, declarou.