Dólar sobe 0,2%, mas se mantém abaixo de R$ 2
O dólar subiu levemente ante o real nesta quarta-feira, 30, após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmar que o governo está pronto para corrigir quaisquer exageros no câmbio.
A moeda norte-americana fechou a 1,9890 reais na venda, alta de 0,21 por cento em relação ao fechamento de terça-feira.
A decepção com o desempenho da economia norte-americana no quarto trimestre contribuiu para a alta do dólar ao reduzir o apetite dos investidores por ativos de países emergentes.
A divisa chegou a ser negociada brevemente a 2 reais durante a sessão, mas devolveu a maior parte dos ganhos depois que o Banco Central anunciou a rolagem de uma linha de cerca de 1,2 bilhão de dólares que vence no fim da semana.
A operação, que consistiu na venda de até 1,273 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 1o de abril, foi vista pelo mercado como mais um sinal de que o BC deseja um dólar mais baixo para controlar as expectativas de inflação.
“O BC está usando o câmbio como instrumento de política monetária”, disse Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos. “Acredito que o câmbio deve ficar mais acomodado entre 1,96 e 2 reais – um nível que já dá uma contribuição para a inflação e, ao mesmo tempo, não tira a competitividade” da indústria.
O anúncio da operação do BC ocorreu logo depois que as declarações de Mantega levaram o dólar brevemente de volta ao patamar de 2 reais na venda.
O dólar caiu 2,3 por cento nas duas últimas sessões depois que investidores interpretaram a decisão de rolar alguns swaps cambiais, tomada pelo Banco Central no início da semana, como um sinal de que o governo toleraria um real mais forte para reduzir o preço de produtos importados e, consequentemente, ajudar no combate à inflação.
A quebra do nível de 2 reais foi emblemática para o mercado porque, durante os últimos sete meses, este patamar havia funcionado como um piso informal para a moeda norte-americana.
Falando a jornalistas em Brasília, Mantega mostrou-se confortável com as atuais cotações do dólar, dizendo que a taxa vem caminhando para um “patamar mais equilibrado de forma espontânea”.
Ele alertou, no entanto, que o governo iria “consertar” quaisquer “exageros” na variação do dólar. Além disso, garantiu que o câmbio não iria “derreter”.