Dólar fecha estável ante o real pelo 3º dia consecutivo
O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta sexta-feira, 1º, com investidores divididos entre dados econômicos positivos nos Estados Unidos e incertezas sobre a política cambial do governo brasileiro.
A moeda norte-americana fechou com oscilação negativa de 0,05 por cento, a 1,9890 reais na venda.
As cotações se mantiveram em baixa durante a maior parte do pregão, embaladas pelo otimismo dos investidores com dados de emprego e da indústria nos Estados Unidos.
No final do dia, no entanto, o dólar recuperou-se das perdas, com investidores cautelosos sobre possíveis atuações do governo brasileiro para impedir um recuo muito rápido da moeda norte-americana, que termina a semana com queda acumulada de 2 por cento.
Desde as fortes baixas observadas na segunda e na terça-feiras – que levaram o dólar abaixo do nível de 2 reais pela primeira vez em quase sete meses – o câmbio brasileiro tem apresentado pouca variação.
Embora muitos analistas acreditem que o Banco Central possa permitir que o dólar caia até o nível de 1,95 real para ajudar a balizar as expectativas de inflação, recentes declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixaram o mercado cauteloso.
Na quarta-feira, um dia após o dólar romper o piso informal de 2 reais, Mantega afirmou que o governo não permitirá uma “valorização especulativa” do real e que a política cambial continuará a garantir a competitividade da indústria brasileira.
“No momento em que o mercado se adaptava à nova política (de um dólar abaixo de 2 reais), o ministro Mantega deixou o mercado confuso ao dizer que a política cambial não mudou,” afirmaram em relatório os estrategistas do Citi Kenneth Lam e Douglas Comin.
“Os comentários podem ter sido os primeiros tiros na defesa de um novo piso para o real”, concluíram eles, estimando que o novo piso para o dólar agora deve se situar em torno de 1,95 real.