Dólar tem leve queda de 0,12% em sessão com baixo volume
O dólar encerrou com leve queda frente ao real nesta segunda-feira, 18, em um pregão de poucos negócios por conta de feriado nos Estados Unidos, com analistas ainda prevendo maior recuo da moeda norte-americana pelo ingresso de recursos.
O dólar fechou com leve baixa de 0,12 por cento, cotado a 1,9630 real. Durante o pregão, a moeda oscilou entre 1,9601 real na mínima e 1,9710 real na máxima do dia.
Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em torno de 3 bilhões de dólares.
“É um dia complicado, podia tanto subir quanto cair. Acaba não tendo muito o que acontecer”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. “Vamos ficar de olho no fluxo de divisas”.
Analistas acreditam que a tendência da moeda norte-americana continua sendo de queda, e que o mercado voltará a testar o patamar de 1,95 real em breve, diante da perspectiva de uma maior entrada de divisas no país.
Dados recentes do fluxo cambial já mostram uma tendência de entradas maiores de divisas no país, após fortes saídas no final do ano passado. Em fevereiro, até o dia 8, houve saída líquida de divisas do país, puxada pela conta comercial. Mas a conta financeira, – por onde passam os investimentos estrangeiros diretos e em portfólio – teve saldo positivo no período.
Diante desse cenário, analistas acreditam que o mercado voltará a testar o suposto piso de 1,95 real já nas próximas sessões, o que pode fazer o BC voltar a intervir, como fez nas últimas duas sextas-feiras, vendendo contratos de swap cambial reverso, equivalentes a compras de dólares no mercado futuro.
“Eu não tenho o piso do governo para o dólar. O mercado vai continuar testando”, disse o gerente da mesa de câmbio da Advanced Corretora, Celso Siqueira. “Se furar a barreira, logo vai buscar uma barreira mais baixa, e assim por diante. É uma briga de braço”.
Na semana passada, uma fonte da equipe econômica disse à Reuters que 1,95 real não é um piso e que a maior preocupação do BC é evitar uma volatilidade excessiva.
Além disso, o mercado continua tentando compreender declarações de autoridades do Banco Central e do Ministério da Fazenda a respeito de possível utilização da política cambial para combater a inflação.
“O Banco Central deixou o mercado com dúvida: a taxa de câmbio vai ser utilizada como instrumento contra inflação ou não?”, afirmou Galhardo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou a jornalistas que o câmbio não é o instrumento adequado para controlar a inflação, o nível de preços, e o presidente do Banco Central mostrou-se preocupado com a alta de preços neste início de ano.