Dólar cai e fecha a R$ 1,955, atento a BC e entrada de divisas
O dólar encerrou em queda nesta terça-feira, 19, e voltou ao patamar de 1,95 real, pressionado por expectativas de entrada de divisas no país e a possibilidade de o Banco Central tolerar um real mais valorizado para controlar a inflação.
A moeda norte-americana fechou com baixa de 0,41 por cento, a 1,9550 real na venda, menor cotação desde 10 de maio do ano passado, quando encerrou a 1,9521 real. Segundo dados da BM&F, o volume contratado ficou em torno de 3,4 bilhões de dólares.
Mais cedo, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que a atual estratégia do banco permanece válida no momento e que não há risco de descontrole da inflação, mas ressaltou que a política monetária será ajustada se for necessário.
O mercado não recebeu as declarações de Tombini com surpresa. Segundo analistas, as afirmações apenas reforçam o entendimento anterior de que o governo admite um real mais valorizado de olho na inflação.
“Se tiver um fluxo forte, ele pode deixar (o dólar) cair um pouco mais e não defender o 1,95 real a todo custo, mas não deve deixar cair abaixo de 1,90 real”, disse o consultor de pesquisas econômicas do Banco Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.
O mercado passou a enxergar o suposto piso informal de 1,95 real depois que o BC interveio duas vezes quando a moeda ameaçou cair abaixo desse nível. Segundo operadores, a expectativa é de que o mercado continue testando o câmbio, para ver até que patamar o governo permitirá a apreciação do real.
A tendência de queda para o dólar também foi ampliada pela reabertura dos mercados norte-americanos, que não operaram na segunda-feira em razão de um feriado nos Estados Unidos, e por um ambiente externo menos avesso ao risco.
Além disso, a perspectiva de mais entradas de divisas no Brasil devido ao aumento de exportações, principalmente a partir do segundo trimestre do ano, dá força para um mercado que já está trabalhando vendido em dólar, ou seja, apostando na queda da divisa.
“Já tem previsão de uma perspectiva de retomada de entrada de dólar. Isso deve pegar bastante no mercado”, disse o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.