Governo Barba quer aproximar empresas e universidades
Com o objetivo de poder ampliar o efeito multiplicador dos recursos gerados pelas universidades e centros de pesquisas, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável Ciência e Tecnologia busca aproximar pequenas e médias empresas destas instituições como alavanca para a geração de emprego e renda.
De acordo com pesquisas desenvolvidas pelo professor-doutor da USP e especialista em Economia, José Benedito Sacomano, somente a USP e a UFSCar geram cerca de R$ 846 milhões em São Carlos, montante de recursos superior ao do orçamento municipal de 2012, que chegará a R$ 639 milhões. Com a inclusão das duas unidades da Embrapa, tal volume de dinheiro ultrapassa R$ 1 bilhão.
O secretário titular desta Pasta, Marcos Alberto Martinelli, afirmou ontem que o governo municipal vem realizando um trabalho com entidades como o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), a ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos) e o Sebrae para estimular nas empresas de pequeno e médio porte a se tornarem fornecedores de produtos e serviços para o mercado universitário.
“Sabemos que as universidades e centros de pesquisas consomem vários produtos e serviços em várias áreas. Para entrar neste mercado, porém, é necessário investimento em treinamento. É preciso se preparar para participar de uma licitação, de um pregão eletrônico. Este mercado de compras públicas é muito interessante e ás vezes a gente perde este filão importante para empresas de outras cidades”, ressalta Martinelli.
Quanto à pesquisa, Martinelli enfatiza que todos já sabiam que as instituições universitárias públicas geravam muitos recursos. “Agora a novidade é que alguém colocou a mão na massa e foi medir estes números, que chegam a surpreender e mostram o vigor destas instituições. È um montante de dinheiro muito importante, pois é um dinheiro carimbado que não depende das oscilações e intempéries do mercado. É um aporte de recursos que faz girar desde lavanderias, restaurantes, livrarias, bares e empresas de lazer em geral até o setor imobiliário e de saúde”, resume ele.
O presidente da ACISC, Alfredo Maffei Neto, ressalta que a relação de São Carlos com os seus estudantes universitários nem sempre foi amistosa como é hoje. “Na verdade antes os estudantes eram chamados de malditos, eram identificados como indisciplinados, baderneiros e vagabundos. Hoje chamamos os universitários de benditos, pois movimentam vários setores da economia e garantem desenvolvimento econômico. Além disso, muitos deles vêm para cá e se tornam são-carlenses. E vão fazer pesquisas e estudos que fazem o dia-a-dia da Capital da Tecnologia”, sintetiza ele.
Para o presidente do Sincomercio, Paulo Roberto Gullo, os estudantes universitários representam um volume de consumidores fundamental para setores como os do comércio e de prestação de serviços. “São mais de 20 mil estudantes. É uma cidade dentro de São Carlos formada por pessoas com bom poder de consumo. E é muito importante que a cidade receba bem este público para podermos alavancar negócios”, comenta Gullo.