Petistas admitem desistir de prévias em São Paulo
Depois da desistência dos senadores Eduardo Suplicy e Marta Suplicy, outros dois pré-candidatos do PT às eleições municipaisem São Paulo admitiram, nesta segunda-feira, a possibilidade de abandonar a corrida à prefeitura. Os deputados Carlos Zarattini e Jilmar Tatto estão prestes a deixar a disputa em favor do ministro da Educação, Fernando Haddad, o nome preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Haddad conversou com Tatto na sexta-feira e com Zarattini, no sábado. Uma nova rodada de negociações entre o ministro e os deputados deve acontecer ao longo desta semana, em Brasília.
A avaliação entre os petistas é que, sem Marta, que desistiu de disputar a prévia na semana passada para atender a um pedido de Lula e da presidente Dilma Rousseff, as outras pré-candidaturas se enfraqueceram, já que a derrota para Haddad seria praticamente certa. O melhor para Zarattini e Tatto seria, portanto, tentar um acordo. Caso as desistências se confirmem, mais uma vez será feita a vontade de Lula dentro do PT.
– Política é a arte de conversar, de convencer, de avaliar, de verificar os prós e os contras, e a conjuntura muda a cada dia. Não sei o que vai acontecer amanhã. Amanhã é outro dia – afirmou ontem Tatto, em entrevista à Rádio CBN, ainda enquanto registrava a sua pré-candidatura para as prévias.
Cargos em troca de candidatura única – Zarattini, que já havia inscrito a sua pré-candidatura, contou ter colocado para a Haddad a possibilidade de abandonar as prévias, desde que o ministro adote, na futura campanha eleitoral, uma postura crítica em relação à gestão do atual prefeito da cidade, Gilberto Kassab (PSD). O deputado deixou no ar a chance de desistência.
– Vai depender da avaliação do grupo que me apoia. Quando você entra numa disputa, sempre existe essa possibilidade – disse.
Zarattini contou que terá uma reunião com seus apoiadores na quinta-feira. Ele também cobrou de Haddad compromissos com relação à organização da campanha. Um petista que tem acompanhado as negociações relatou que o deputado pediu garantia de participação na coordenação da candidatura e também em um eventual governo do ministro.
Tatto, por sua vez, teria colocado na mesa de negociação, além da participação na gestão, a garantia de que assumirá o posto de líder da bancada do PT na Câmara, no próximo ano.
A expectativa é que o martelo sobre a realização ou não das prévias petistas seja batido até o fim desta semana. Se não houver desistência, a disputa entre os pré-candidatos está marcada para o dia 27 de novembro.