Alunos de comunicação e arquitetura aderem à greve na USP

Alunos das faculdades de Comunicação e Artes (ECA) e Arquitetura de Urbanismo (FAU) da USP decidiram aderir à greve em reposta à prisão de 72 manifestantes que ocupavam a reitoria desde o último dia 2. A decisão foi tomada após assembleia realizada pelos cursos na noite desta quarta-feira.
Segundo Pedro Serrano, diretor do DCE (Diretório Central dos Estudantes), 350 estudantes da ECA e outros 350 da FAU participaram da votação. Na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), apenas o curso de geografia não aderiu à greve. Os alunos do curso de relações internacionais aprovaram uma paralisação até a sexta-feira (11).
MANIFESTAÇÃO – Os manifestantes reivindicam a saída do reitor João Grandino Rodas, a saída da Polícia Militar do campus, a implementação de um programa paralelo de segurança e a não punição dos que participaram da invasão do prédio da reitoria da universidade.
Nesta terça-feira, 72 pessoas foram presas durante a reintegração de posse da reitoria. Segundo o delegado seccional Dejair Rodrigues, outros três alunos foram levados e liberados em seguida porque não estavam envolvidos na invasão do prédio da universidade.
Os presos pagaram a fiança de R$ 545 cada um, e foram liberados. Eles foram indiciados sob suspeita de desobediência a ordem judicial (não cumpriram o prazo de desocupar a reitoria até as 23h de ontem) e dano ao patrimônio público (o prédio foi danificado).
PROFESSORES – A Adusp (sindicato dos professores da USP) votou contra a participação na greve dos alunos, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira. Foi aprovada, no entanto, a participação no protesto marcado para esta quinta-feira, às 14h, que vai acontecer no Largo do São Francisco, na Faculdade de Direito (região central de São Paulo). Os professores apoiam o fim do convênio com a PM e a não-punição dos estudantes, de acordo com a presidente da Adusp, Heloísa Borsari. “Queremos uma discussão democrática sobre a questão da segurança”, afirmou ela.O Sintusp (sindicato dos funcionários da USP) avalia ser “pouco provável” aderir à greve, segundo o diretor Aníbal Cavalli. Ele ressalta, no entanto, apoio às pautas dos estudantes ao protesto.
EDIÇÃO: JEFERSON VIEIRA