Mercado vê Selic maior em 2013, com inflação e crescimento menores
Pela segunda semana seguida, o mercado elevou a projeção para a Selic em 2013, passando a 8,25 por cento ao ano, ante 8 por cento, ao mesmo tempo em que reduziu as estimativas para inflação e crescimento econômico no período, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, 17.
O levantamento também indicou que, pela mediana das projeções, o BC deve começar a elevar a taxa básica de juros em maio, em 0,25 ponto percentual, mantendo a Selic no atual patamar na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em abril.
O mercado passou a ver o juro básico mais alto no final de 2014, a 8,50 por cento (ante 8,25 por cento). Por outro lado, a pesquisa mostrou que a mediana no médio prazo para a Selic do Top 5 –instituições que mais acertam suas previsões– foi reduzida neste ano, a 8,25 por cento ante 8,50 por cento, também com alta de 0,25 ponto percentual em maio.
Para 2014, o movimento foi no mesmo sentido, com a estimativa para a taxa básica agora em 7,75 por cento, ante 7,88 por cento.
Na ata da última reunião do Copom, divulgada na semana passada, o BC piorou seus cenários de inflação tanto em 2013 quanto 2014. Mas destacou que é preciso ter “cautela” na condução da política monetária, deixando o mercado dividido sobre os próximos próximos passos do BC.
INFLAÇÃO
A piora dos cenários para a taxa básica de juro do país veio acompanhada por uma pequena melhora nos cenários de inflação.
Os analistas consultados pelo BC veem agora o IPCA em 5,73 por cento neste ano (ante 5,82 por cento). Para 2014, por outro lado, o cenário piorou, com o indicador subindo a 5,54 por cento (ante 5,50 por cento).
“Isso mostra que, mesmo com o alívio proporcionado pela medida do governo, a inflação continua em patamares elevados e com sua composição ruim, mostrando alta difusão, acima de 70 por cento”, afirmou a equipe de economistas da Rosenberg & Associados, por meio de nota.
Eles se referiam à desoneração dos produtos da cesta básica anunciada recentemente pelo governo, e que pode ajudar a reduzir a pressão inflacionária.
Ainda segundo o Focus, a perspectiva para a expansão da economia brasileira em 2013 foi reduzida a 3,03 por cento, ante 3,10 por cento anteriormente, mesmo após sinais de recuperação da atividade no início do ano tanto do varejo quanto da indústria.
As vendas no varejo mostraram recuperação no início deste ano com uma alta de 0,6 por cento em janeiro ante dezembro, recuperando-se da queda de 0,4 por cento no último mês do ano passado.
Esse resultado soma-se ao avanço de 2,5 por cento da produção industrial no primeiro mês do ano, maior expansão mensal em quase três anos.
Para 2014, os analistas mantiveram suas contas para o crescimento do PIB em 3,50 por cento.
A expectativa para o câmbio no final deste ano também foi mantida, em 2,00 reais.