Azuaite critica SAAE
Experiente parlamentar afirma que desperdício de água e poluição de manancial revelam ineficiência da autarquia
DA REDAÇÃO
O vereador Azuaite Martins de França lamentou na última sessão plenária da Câmara a falta de investimentos no abastecimento de água e saneamento básico na cidade, e apontou um problema que considera muito grave: a significativa perda de água que, segundo afirmou, chega próximo a 50% no município.
“Se gasta mão de obra, energia e recursos para tratamento de água e ela se perde na enorme quantidade de vazamentos que ocorrem na cidade. Sabe quem paga a ineficiência do SAAE? A população que não tem desconto pela perda e acaba pagando mais pela péssima política de abastecimento em São Carlos”, afirmou.
O desperdício de água em São Carlos é superior à média da região Sudeste, que é de 34%, e até mesmo acima da média nacional, que é de 38%. Azuaite apontou a perda de água nas redes de distribuição como um dos desafios do saneamento na cidade, mas não o único. Ele classificou como gravíssima a constatação feita pelo Ministério Público a que em inquérito civil apontou a contaminação por esgoto no córrego do Espraiado, um dos principais mananciais da cidade. Esse curso d’água, que é um afluente do Monjolinho, tem apresentado níveis de poluição que beiram a do próprio esgoto, segundo o inquérito civil em andamento.
“São essas questões que a gente tem que discutir”, declarou Azuaite, dirigindo-se aos vereadores. A água que chega à Estação de Tratamento de Água de São Carlos muitas vezes não atende aos requisitos de potabilidade.
Conforme informou o Ministério Público durante audiência pública na Escola Estadual Aduar Dibo, no bairro Jardim dos Coqueiros na última quarta-feira, a qualidade da água no Monjolinho, essencial para o abastecimento da cidade, está em risco. O córrego é responsável por fornecer 160 litros de água por segundo, o que representa 32% do volume total que chega à Estação de Tratamento de Água (ETA) do SAAE. No entanto, quando os níveis de poluição ultrapassam o limite aceitável pela legislação, o SAAE é obrigado a interromper a captação no Espraiado, resultando em falta de água nas torneiras dos cidadãos.
A situação se agrava ainda mais com a estiagem prolongada que São Carlos enfrenta. Nos últimos meses, os níveis de coliformes fecais na água do córrego Espraiado atingiram picos quatro vezes acima do permitido, o que preocupa autoridades e a população. Em 7 dos últimos 12 meses, a água coletada antes da captação para consumo humano apresentou contaminação preocupante, chegando a se assemelhar mais a esgoto do que a um rio.