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Acusada deve ser julgada em 7 de outubro

Ex-esposa de José Novaes Júnior, a empresária Maria Paula Porto Bianco é acusada de planejar o crime, juntamente com um policial militar

03/09/2024 00h43 - Atualizado há 4 meses Publicado por: Redação
Acusada deve ser julgada em 7 de outubro FOTO: A empresária Ana Paula Porto Bianco: acusada mora atualmente na Europa Foto: Reproduçâo Instagram

 


Foto: Júnior Novaes: empresário aumentou sua fé em Deus e passou a comemorar aniversário na data em que sobreveio ao atentado
Foto: Arquivo Pessoal

Marco Rogério

Está marcado para o dia 7 de outubro, a partir das 9h, no Fórum Criminal de São Carlos, o julgamento da empresária Maria Paula Porto Bianco, acusada de, há dez anos, em fevereiro de 2014, juntamente com o seu então marido, o então policial militar do Claudio Marcelo dos Santos, 46º Batalhão na capital paulista, mandar matar seu ex-marido, o empresário José Novaes Júnior, então com 55 anos.

Ela, que deve ser julgada por um júri popular, será a última nos envolvidos na tentativa de homicídio praticada no dia 6 de fevereiro de 2014, contra o empresário. O processo tramita na Primeira Vara Criminal e será presidida pelo juiz de direito Antonio Benedito Morello.

Em 2018, também em júri popular, foi condenado o ex-policial militar Claudio Marcelo dos Santos, que estava preso desde novembro de 2014. No desenrolar do processo judicial e dos julgamento, Santos e Maria Paula terminaram o relacionamento.

Em novembro de 2016, outros dois homens foram julgados pela tentativa de homicídio. Anderson Pereira dos Santos, que efetuou os disparos, foi condenado a 10 anos de prisão, e Uedson Rodrigues de Souza foi condenado a 8 anos. O quarto acusado de participar do crime chegou a ser detido, mas está foragido desde que foi colocado em liberdade.

RÉ PODE NÃO COMPARECER

Apesar de a sessão do júri popular estar marcada, existe a possibilidade de a ré, a empresária Maria Paula Porto Bianco, não comparecer ao julgamento. Após o fim do relacionamento com Santos, ela mudou-se para a Europa e, segundo informações, passa parte do ano na Itália e outra parte na Espanha. Caso ela compareça e seja condenada pelo crime de tripla tentativa de homicídio, ela poderá deixar o Fórum Criminal já algemada e presa.

A CONCLUSÃO DO DELEGADO

O experiente delegado de polícia da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Gilberto de Aquino, disse, em novembro de 2014, após várias investigações que o crime teria sido motivado por dinheiro.

Segundo, ele, o plano do crime previa que a a filha do empresário, que estava no veículo quando ocorreu a emboscada, no dia 7 de fevereiro de 2014, também seria morta e tudo motivado por dinheiro.

Os pistoleiros receberam todas as informações do cotidiano de Novaes Júnior, como seus horários, o trajeto que fazia da empresa até sua residência e com quem poderia estar no carro. Os criminosos também tiveram acesso a fotos e vídeos de Novaes Júnior e de pessoas próximas a ele.

O policial militar, suposto mentor do crime, foi questionado pelo criminoso contratado sobre a possibilidade de a enteada estar no carro da vítima.  O mandante disse em alto e bom som: “Dane-se”, diante do fato, na visão do delegado Aquino, foi determinada, neste momento, a sentença de morte da jovem. Porém, no dia do crime estava no carro do empresário, além da filha, a atual esposa. Todos poderiam morrer, já que a tentativa de assassinato foi muito bem planejada pelo suposto mandante. “Por dinheiro não iria se perdoar ninguém”, disse o delegado.

UMA NOVA PERSONAGEM

A história que já parecia enredo de filme de suspense ganhou contornos ainda mais dramáticos. Surgiu, ainda em 2014, uma mulher, que acompanhou o mandante do crime no dia da contratação dos pistoleiros.

Ela estava no veículo do policial e ficou observando toda a cena, sendo assim cúmplice de uma trama macabra. Para o delegado Aquino, ela tinha conhecimento de tudo o que estava acontecendo e dos planos do policial. “Há a participação de uma mulher, ela estava junto com o mandante, devia ter conhecimento do que ele estava fazendo, mas o contratado não teve condições de reconhecê-la pessoalmente e nem fotograficamente porque o mandante estacionou o veículo a uma certa distância que impossibilitou essa identificação”, afirmou o delegado da DIG.  Mais tarde, os policiais descobriram que a personagem era ninguém menos que a ex-esposa de Novaes, Maria Paula Porto Bianco.

ARMA E CARROS

Tudo estava muito bem planejado pelo mandante do crime. No dia D, o dia da contratação dos matadores, os pistoleiros de aluguel receberam a arma que deveria ser utilizada para tirar a vida de José Novaes Júnior e de todos que estivessem acompanhando-o. Além disso, os atiradores receberam uma caminhonete, que após a emboscada teve que ser devolvida ao policial.

NOVOS COMPARSAS

A Polícia identificou a participação de mais três pessoas nesta história de horror, criada pelo policial militar preso. “Após nove meses de investigação, nós descobrimos que o crime foi praticado por três indivíduos. Um deles teria sido contratado pelo mandante e esse acabou convidando dois comparsas. Os três foram identificados e indiciados por roubo qualificado mais restrição da vítima, porque detiveram o motorista de um caminhão usado na emboscada, e por tripla tentativa de homicídio”, contou Aquino.

O CRIME

O empresário José Novaes Júnior, de 54 anos, foi baleado com nove tiros na tarde do dia 7 de fevereiro de 2014, quando saía de sua empresa, que fica na Rodovia Engenheiro Thales de Lorena Peixoto Júnior (SP-318), no distrito de Água Vermelha.

Por volta de 12h30, da fatídica quarta-feira, 7 de fevereiro, José Novaes Júnior deixava o local com a esposa e a filha de 19 anos em um carro, quando um homem apareceu e efetuou 11 disparos. Nove atingiram o empresário. A filha e a esposa não ficaram feridas, mas o pistoleiro tinha ordens de acabar com a vida das duas. Em seguida, o suspeito fugiu com um comparsa em outro veículo.

A esposa assumiu o volante e levou o marido para a base do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), em São Carlos. Ele recebeu os primeiros socorros e foi levado para o hospital.

COM MAIS FÉ EM DEUS

Após dez anos da tentativa de execução, o empresário José Novaes Júnior disse que está vivo por um milagre e que tem algumas sequelas e pode continuar a sua vida, junto com a família. “Aumentei minha fé em Deus e, embora meu aniversário de nascimento seja no dia 6 de fevereiro, eu passei a comemorar no dia 7 de fevereiro. Em 7 de fevereiro de 2018, Deus me deu um grande presente, que foi mais um filho, que é o Benjamin, que já tem seis anos”, comenta ele.

Novaes Júnior contou que três tiros acertaram o peito, dois, o braço, um, a garganta, outro tiro atingiu o abdômen, um, o relógio do empresário e outro ficou alojado no cinto de segurança. “Com tudo isso só estou vivo por milagre”.

Tristeza – O empresário vê com muita tristeza a tentativa de execução que sofreu, tudo, segundo ele, motivado por dinheiro: “É muito triste saber, que, segundo os atiradores, que os contratou para me matar foram minha ex-esposa e o seu então marido. A gente nunca acha que uma pessoa com quem você conviveu e com quem tem dois filhos, pode fazer uma coisa tão horrenda que é tentar tirar a vida de uma pessoa”, destacou ele.

Ele confirmou que vai acompanhar o tribunal do júri presencialmente e que deseja que a Justiça seja feita. “Se ela tiver culpa, que seja condenada, e se for inocente, que seja inocentada”, conclui ele.

 

 

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