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Documentário “Ousar Viver! Histórias da Maria” estreia sábado (19) no Cine São Carlos

Sessão acontece às 18h30; filme fala de militante que foi figura central na luta pela democracia no Brasil

14/10/2024 13h37 - Atualizado há 5 horas Publicado por: Redação
Documentário “Ousar Viver! Histórias da Maria” estreia sábado (19) no Cine São Carlos

No próximo sábado, 19 de outubro, acontece a estreia do documentário “Ousar Viver! Histórias da Maria”, no Cine São Carlos (Rua Major José Inácio, 2154, Centro, São Carlos/SP), às 18h3o.

“Ousar Viver! Histórias da Maria” é um novo documentário de longa-metragem que busca dar voz e visibilidade às experiências de Lúcia Maria Pimentel, uma militante que foi figura central na luta pela democracia no Brasil nos tempos da ditadura militar. O filme não só resgata memórias de um passado difícil, mas também ilumina a importância da participação feminina nos movimentos sociais e sindicais ao longo das décadas.

Com 76 anos, Lúcia Maria, carioca e residente em São Paulo, é um exemplo de coragem e perseverança. Sua trajetória começou no contexto conturbado do Golpe de 1964, que depôs o governo de João Goulart. Em 1969, ela foi presa por sua resistência ao regime, e posteriormente exilada, vivendo na Argélia e na Suíça antes de retornar ao Brasil em 1975. Desde então, sua atuação tem sido marcada por uma série de conquistas significativas no movimento sindical, incluindo a diretoria do Sindicato dos Gráficos de São Paulo e a liderança na Comissão Organizadora da 1ª Conferência Nacional da Classe Trabalhadora em 1981.

O documentário utiliza uma estrutura fragmentária, intercalando entrevistas – presenciais e digitais – com recortes, fotografias e imagens históricas. Esse formato busca não apenas contar a história de Lúcia Maria, mas também ativar a memória coletiva sobre a resistência feminina durante a ditadura, um aspecto frequentemente negligenciado nas narrativas históricas.

“A proposta é realizar uma conversa aberta sobre gênero, militância e ideologia, apoiada em depoimentos de pessoas que conheceram Lúcia Maria em diferentes fases de sua vida”, explica o diretor do filme. “Queremos mostrar que a luta pela democracia não foi apenas um esforço de um grupo seleto, mas envolveu a dedicação de muitas mulheres, que frequentemente permanecem invisíveis na história.”

A ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, foi um período marcado pela repressão política e pela violação de direitos humanos, deixando um legado de dor e luta por justiça. No entanto, a história da resistência feminina durante esse tempo é pouco conhecida. Com este documentário, os realizadores buscam recuperar essa narrativa e fomentar um entendimento mais profundo sobre a contribuição das mulheres para a democracia brasileira.

À medida que o Brasil ainda enfrenta desafios relacionados à representação feminina nos espaços de poder, o filme se torna um importante lembrete da luta contínua por igualdade de direitos e pela valorização da voz feminina na política. “Ao resgatar as histórias de mulheres como Lúcia Maria, esperamos inspirar novas gerações a compreenderem suas origens democráticas e a importância de sua participação ativa na sociedade”, conclui o diretor.

“Ousar Viver! Histórias da Maria” é um convite a todos para refletirem sobre o passado e a construir um futuro mais inclusivo, onde cada um, em suas ações diárias, pode ser um agente de mudança por um Brasil melhor.

A produtora executiva do documentário, Mirlene Simões, ressaltou que escrever e pensar esse filme teve a intenção de resgatar a memória do processo de conquista de direitos que as mulheres tiveram com as novas gerações. “Inclusive, para a gente conseguir, a partir dessas novas gerações, fazer com que a gente avance na equidade e na igualdade de gênero no mundo do trabalho e para que a gente tenha trabalhos com qualidade, trabalhos que sejam preservados a partir de bons salários de um trabalho digno”.

O documentário é uma realização do Instituto Angelim e da Caliban Produções, sob a direção e roteiro de Silvio Tendler. A direção de fotografia é de Lúcio Kodato, enquanto o argumento foi desenvolvido por Fabíola Notari, Lenice Antunez, Maria Beatriz Rocha, Mirlene Simões e Monica Fonseca Severo. A produção executiva fica a cargo de Mirlene Simões.

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