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A importância do brincar infantil e o problema das telas

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19/10/2024 05h12 - Atualizado há 13 horas Publicado por: Redação
A importância do brincar infantil e o problema das telas

Atualmente, há um empobrecimento no tempo e formas de brincadeiras das crianças de todas as idades. Isso porque seus tempos costumam ser ocupados por telas.

Este tempo em frente às telas (celulares, tablets ou televisores) pode se dar por vários motivos, tais quais: falta de tempo para o cuidado, o fato de um cuidador estar sobrecarregado, cansaço, sentimentos conflitantes em relação à criança, não saber como expressar cuidado, entre outros.

E pesquisas vêm mostrando os impactos negativos no desenvolvimento neurológico e psicológico. Ao colocar uma criança em frente a uma tela, ela se torna apenas coadjuvante do processo do brincar e do desenvolvimento.

É um movimento que a exclui do crescer. Durante o assistir, o bebê não tem ferramentas cognitivas e psicológicas para absorver ou entender completamente o que está acontecendo. No entanto, o excesso de cores e estímulos acaba por prender sua atenção.

Sabe-se que os bebês, por exemplo, a partir dos primeiros meses de vida, utilizam do lúdico para conhecer e interpretar o mundo. Essas brincadeiras sendo feitas a partir do laço com os outros. Ou seja, quando se brinca, há um papel de protagonista ativo, de resolução e construção de subjetividade (de quem se é).

Esse brincar lúdico costuma ser marcado por atividades simples, como: colocar as coisas na boca (explorar); “olha o pezinho/mãozinha/etc.” (cuidador) e chamar a atenção do cuidador ou outro bebê, rindo ou dando a mão (brincar ativo e compartilhado).

Ademais, dificuldades dos bebês (com cerca de 18 meses de vida) em sustentar a brincadeira a dois pode ser um dos indicativos do TEA (Transtorno do Espectro Autista). Podendo indicar desinteresse, angústia psíquica e dificuldade de manter contato com o outro.

Daí a importância de espaços de encontro em que o brincar precoce levará a trocas entre bebê-bebê e bebê-cuidadores e isso resulta em um enriquecimento psíquico, além do desenvolvimento cognitivo e subjetivação da criança.

Uma vez que se pode brincar, é possível decidir o ritmo de encontro com o outro. Dessa forma, o bebê vai aprendendo e testando os seus próprios limites, do que pode ser feito com as outras pessoas e do ambiente.

O que resulta, no futuro, em uma pessoa mais preparada para lidar com expectativas e frustrações. E mais: apta a formar laços com outras pessoas.

A partir desses testes, a criança percebe que: não é onipotente, que não pode ter suas birras atendidas a todo o momento, que suas ações têm consequências, que os outros também têm sentimentos, a reparar objetos e relações e a respeitar o próximo.

O brincar também prepara para a capacidade lúdica de resolução de problemas. Pois, se a pessoa está preparada para lidar com as frustações e ainda assim confia nas suas capacidades, ela é mais apta a encontrar soluções diversas de enfrentamento a suas dificuldades.

Neste sentido, um psicólogo pode ajudar de várias formas. Dentre elas: ajudar o cuidador com possíveis sentimentos sobre a criança, sobre como cuidar nesse momento, identificar e educar sobre um brincar saudável, planejar a diminuição do uso de telas e identificar possíveis transtornos que aparecem na infância.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psi_matheuswada

Telefone: (16)99629-6663

Email: [email protected]

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