Independência, o protagonismo e a psicoterapia
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Muito se fala sobre querer ser independente nos dias de hoje, ou sobre protagonizar a própria vida e assim atingir determinado sucesso. Mas o que não se discute é o que esses termos querem dizer.
Um dos grandes objetivos da psicoterapia (terapia com um psicólogo) é o de que o paciente atinja a sua independência e que faça isso através de um protagonismo próprio, que é aquela em que o sujeito está na posição central da sua vida e tratamento. Isso significa, que ele não apenas reage a sua terapia e aos fatores como trabalho e relações interpessoais, mas sim que pode escolher ter um papel ativo nelas, o tornando alguém capaz de ter mais escolhas e voz sobre suas vontades e desejos.
Já a independência, para a psicanálise, é a capacidade de autonomia de uma pessoa. Ou seja, é o quanto um indivíduo tem a capacidade de agir por si mesmo, suportando tudo que isso incorre.
Mas, o que isso significa na terapia?
Quer dizer que uma pessoa busca e espera várias coisas de um processo terapêutico, por exemplo. E uma dessas expectativas, é a de melhora.
Mas, um dos focos do protagonismo é a capacidade de se responsabilizar por suas ações e a capacidade de lidar com as consequências.
Muitas vezes, porém, a esperança de melhora é fixada só na figura do psicólogo e, como resultado, a pessoa se retira psicologicamente do processo.
Da mesma forma, ela na não protagoniza seu tratamento e nem sua vida psíquica. É a resistência, muitas vezes inconsciente, de “esperar que o outro faça por mim”.
No entanto, a terapia não é feita apenas dentro daquele encontro com o psicólogo, mas sim durante toda a elaboração, ações e pensamentos que o paciente tem ao longo da semana também.
Ou seja, uma vez que o paciente exclui de si a responsabilidade de se tratar, o processo acaba por se tornar mais longo, ou até falhar.
Por isso, se ressalta o papel da terapia e da necessidade de uma relação honesta com o psicólogo, pois, é comum que existam defesas e resistências a algumas dificuldades no processo.
Contudo, isso não significa que a melhora é impossível. Através dos recursos terapêuticos e de um comprometimento, é possível que a pessoa melhore e se torne alguém independente, protagonista plena de sua própria vida e com saúde mental.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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