Espaço da Escola Jesuíno de Arruda
Querida infância
Querida infância,
Todos dizem que você foi boa,
Que eu fui feliz,
Que eu tive pessoas boas
E que eu amava,
Mas por que eu não me lembro?
Eu não me lembro de como foi,
Eu não me lembro dos detalhes
E isso me dói.
Oh querida infância,
Por que você se foi?
Por que eu não me lembro dos detalhes?
Eu gostaria de me lembrar,
Eu gostaria de sentir a nostalgia
Porém você se foi,
Você está bloqueada das minhas memórias
E isso dói.
(Trixy – 3ª série A)
Deixe-me
Deixe-me entrar no seu coração,
Deixe-me sentir a sensação,
Deixe-me sentir os meus pulmões apertarem,
Deixe-me matar,
Deixe-me machucar,
Com os espinhos que rodeiam o seu coração,
Deixe-me espetar os meus dedos,
Deixe-me ver o seu coração preto,
Deixe-me me afundar,
Deixe-me contaminar,
Deixe-me aproveitar a sensação,
De você me amando em segundos,
Deixe-me sentir a fumaça,
Deixe-me escurecer o meu coração.
(Trixy – 3ª série A)
Dançarinas
Há um tempo, a aldeia admirava uma bela moça, ela dançava ballet, todos se encantavam com os seus movimentos delicados, inocentes e leves, até os mais soberanos imploravam para ela dançar uma única noite e, quando a garota negava, eles choravam diversos dias e noites.
Já outra garota era incrivelmente parecida com ela, porém os seus movimentos de ballet eram complicados e sensuais. Os soberanos não pediam tanto para ela dançar no palácio por achar seus movimentos indecentes. A outra garota tinha ciúmes da jovem bailarina inocente.
Em uma noite, quando ela ouviu a garota inocente ser convidada para o palácio, a garota inocente disse que não saberia se ia, então ela teve uma ideia: por que não se passar pela garota inocente?
Então ela mudou a sua feição e roupas, para ficar mais clara e delicada. Ela foi ao palácio e o príncipe rapidamente a chamou para dançar. Na dança, todos perceberam e ficaram confusos, por que os movimentos da inocente estavam tão ousados? Até que a jovem bailarina chegou no palácio já dançando, como sempre fazia, os soberanos ficaram chocados e confusos, duas bailarinas iguais, mas com movimentos opostos.
E eles não sabiam quem era a verdadeira bailarina inocente.
(Trixy – 3ª série A)
Criaturas
Criaturas com asas, homens com olhos vermelhos ou totalmente pretos, era assim o meu mundo, pessoas com poderes, cravando uma batalha no meio da rua, apenas por diversão, mas nem todos tinham esse lazer, aqui nós somos separados por poderes, os que julgamos ter poderes mais fracos fazem trabalhos domésticos e utilizam as suas habilidades para fazer um bom trabalho, o que julgamos medianos, vão para a guerra proteger a família real, já que os julgam ter poderes fortes são a família real.
Eles tem asas, chifres, podem controlar a chuva, raios, fogos, ou os dois, podem controlar a mente, podem fazer as pessoas entrar em uma ilusão, isso é considerado fraco, mas como ela é a rainha, isso é considerado forte, eu trabalho na família real há anos, eles me zoam por não ter poderes e até duvidam se eu realmente sou uma criatura mágica, mas o que eles diriam se soubessem que eu estava planejando destruir a família real só com o meu pensamento?
(Trixy – 3ª série A)
Desencontros
Brigas,
Destruindo um amor,
Brigas,
Destruindo um romance de longa data.
Brigas, sendo brigas.
Brigas,
Palavras que machucam.
Brigas,
Falando sem pensar,
Brigas, xingamentos, términos.
E por fim,
Amanhecer, fingindo que nada tivesse acontecido.
(Trixy – 3ª série A)
Aromas
O cheiro de café invadiu a casa,
As gotas caindo das roupas no varal,
Quadros, espelhos pela casa,
Dá uma sensação de lar,
Mesmo vazia,
Apenas eu e as memórias,
Eu diria que ainda, sim,
É aconchegante,
E será para sempre,
A minha pequena casa.
(Trixy – 3ª série A)
E eu te pergunto: De quem é a culpa? – Marília Mendonça
Eu estava ouvindo essa música e lembrei de você… Não é uma música romântica, nem carinhosa, muito menos que fala sobre o amor, e sim sobre uma pessoa que, desesperadamente, busca pela outra.
Ao iniciar a melodia e suas letras, nota-se algo que está presente em nosso relacionamento, bom, pelo menos na minha visão sobre o que temos e vivemos, onde ainda sobrevivo de resquícios de olhares e beijos que um dia você me deu. Foram poucos, tão poucos, mas são os poucos que me mantem em pé, ainda aqui.
Ao seguir, a perturbação e a loucura ainda me afligem, me torturam, me fazem entrar em questionamento sobre o que se passa na minha própria cabeça, me fazem tocar naquele assunto de novo e de novo sobre nós, sobre o que faremos para melhorar o que temos… Que se dane! Eu mudei e ei de continuar a mudar sempre que eu quiser, mas não importa muito a minha postura e sim o fato de você não notar isso. Eu mudei e você não viu, e tudo porquê eu queria ter você, e você? Você sumiu…! Meu vício que não há de se curar tem seu nome.
De quem é a culpa? Quem é o culpado por isso? Quem deverá se responsabilizar por todo esse estrago, por todo esse leito derramado, por todo esse amor que não fora amado? A culpa deve ser sua, por ter esse sorriso, esses traços, esse corpo angelical… Ou a culpa é minha mesmo, por ter me apaixonado por tudo o que eu vi, ou senti, é isso!
Aqui eu me encontro, no meio da rua, vagando e procurando por sua moradia, gritando por você, e você nem se quer ao menos quer me escutar. Não finja que eu não estou falando contigo, não finja que não vivemos tudo o que vivemos… Você não me entende, ninguém me entende.
Eu não te reconheço mais, na verdade, eu não te conheço mais. Quem é você que eu não conheço mais? Eu só posso ter vivido algo que só eu vivi, que você não viveu, ou só não viveu comigo. Eu me apaixonei pelo o que eu inventei de você, pelo o que eu quis ter vivido com você…! Eu me apaixonei pelo o que eu inventei de você!
(Iny – 3ª série A)