Gaslighting: já ouviu falar desse termo?
No gaslighting, parceiro-agressor usa de falas e comportamentos para, ao longo do tempo, desacreditar a vítima de suas crenças e capacidades
Você já esteve em um relacionamento ou em um grupo de amigos e teve suas falas invalidadas? Ou os comportamentos de uma outra pessoa fizeram você começar a duvidar de si?
Se sim, você pode ter sido vítima de uma violência psicológica sutil, mas que vem se tornando muito comum. É o chamado “gaslighting”.
No gaslighting o parceiro-agressor usa de falas e comportamentos para, ao longo do tempo, desacreditar a vítima de suas crenças e capacidades. Além de a afastar de toda a sua rede de apoio (amigos, trabalho e familiares).
Isso coloca quem está sofrendo num papel de incapacidade e codependência com o agressor muito fortes. Outro ponto é que essas vítimas começam a ser lentamente vistas como: loucas, neuróticas, exageradas ou paranoicas ao tentarem estabelecer limites e autorrespeito.
Isto porque, por ser algo velado, esse tipo de violência psicológica não é facilmente identificado pela rede de apoio de amigos ou familiares. Tudo aquilo que é velado fica no campo do dito sem ser dito. E no caso é uma violência que se esconde por traz de brincadeiras e expressões.
Assim, as pessoas muitas vezes interpretam as violências como “brincadeiras” e dizem que é difícil de se provar que há algo de errado. O que, por sua vez, fortalece ainda mais o controle do parceiro-agressor sobre a vítima.
Deste modo, quem o sofre demora ainda mais a perceber sua situação. E acaba, pouco a pouco, acreditando, de uma forma codependente, no parceiro-agressor.
Isso resulta em uma percepção de realidade alterada. O que inclui: incapacidade de se expressar, esgotamento emocional, insegurança constante e a ideia de que os abusos são culpa da vítima.
Nesse espiral de sofrimento e de comportamentos abusivos, o apoio psicológico pode ser muito importante.
Através da terapia com um psicólogo é possível identificar essas violências, instrumentalizar a rede de apoio para lidar com essa, fortalecer a vítima para se desvincular do parceiro agressor e elaborar as questões que podem surgir durante esse rompimento. E até mesmo no sentido de ajudar quem está reproduzindo o gaslighting a reduzir e extinguir esse comportamento.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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