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Uso das telas e “reels” por crianças e jovens e as condutas antissociais

Em 2024, Universidade de Oxford elencou o termo “brainrot” (“apodrecimento cerebral”, em tradução livre), como a palavra do ano

25/01/2025 23h11 - Atualizado há 2 dias Publicado por: Redação
Uso das telas e “reels” por crianças e jovens e as condutas antissociais

O uso de telas por crianças, adolescentes e jovens adultos vêm crescendo cada vez mais na última década. A ponto de se tornar uma preocupação de saúde pública, não só no Brasil, mas também mundo afora.

Dentro desse tema, um comportamento se foi cada vez mais normalizado: o de se buscar conteúdos curtos, ou até mesmo acelerá-los de forma ansiosa.

Por exemplo: seriados que antes contavam com 22 episódios, hoje se tornaram minisséries; vídeos de criadores de conteúdo que tinham seu formado de 15-30min, passaram ao formato de “reels” com 30s; e até mesmo os áudios do WhatsApp são ouvidos em velocidade aumentada.

Tendo isto em vista, em 2024, a Universidade de Oxford, do Reino Unido, elencou o termo “brainrot” (“apodrecimento cerebral”, em tradução livre), como a palavra do ano. Já que o termo foi o mais utilizado em fontes de notícias e artigos durante o ano.

Ou seja, houve no último ano um registro excepcional do consumo de conteúdos online de curta duração, superficiais e não desafiadores, em rápida sucessão. Comumente em plataformas como Instagram ou TikTok. O que levou as pessoas a terem uma sensação de esgotamento mental (o “brainrot”).

Como prova, não se tornou difícil ouvir de alguém que: “não mando áudios longos senão fulano não ouve”; ou “preciso assistir TikTok’s a noite pra poder cansar e dormir”; ou até que “fui assistir os reels e nem vi passar a hora”.

Assim, os efeitos negativos desse consumo se apresentam de diversos modos: esgotamento mental, dificuldade de concentração, ansiedade, depressão, isolamento social, irritabilidade, dificuldade na tomada de decisões, condutas antissociais e perda de prazer em atividades e hobbies.

Visto que, o cérebro se desacostuma com exercícios de concentração, por estar constantemente vendo conteúdos rasos e rápidos. Dessa forma, a pessoa passa a ter dificuldades no desempenhar de atividades que exigem tempo, reflexão e concentração.

Ademais, como desde criança, as pessoas estão desaprendendo a consumir informações de forma crítica e consciente, o desenvolvimento cognitivo a longo prazo também é afetado. No sentido que, crianças (por exemplo) que são viciadas nesses conteúdos, costumam apresentar condutas antissociais, tanto em casa quanto nas escolas.

Dentre estas: dificuldade de partilha, pois consideram o celular ou brinquedo como algo intrinsicamente necessário para lidar com o ambiente; desobediência, por não conseguir refletir sobre o objetivo das regras e moral; irritabilidade, pela perda de prazer ou distração imediatos fornecida pelas telas; e falta de empatia, por não conseguir pensar sobre o outro, pois a relação mais forte que se cria é com um aparelho.

Nestes casos, se faz interessante a intervenção psicológica independentemente da idade. Pois, através da terapia com um psicólogo é possível: o trabalho de psicoeducação sobre o uso de telas para que se tenha um consumo mais consciente e útil; trabalhar nas condutas antissociais; lidar com vício em telas; e também com os transtornos adjacentes que podem aparecer devido a esse.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psi_matheuswada

WhatsApp: (16) 99629 – 6663

Email: [email protected]

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