Adidas se diz “limpa” em escândalo fiscal de dirigente de futebol
A Adidas está mantendo sua participação no clube de futebol alemão Bayern de Munique e disse nesta sexta-feira, 3, estar “completamente limpa” em relação a um escândalo fiscal, que abalou a política e o esporte alemão, envolvendo o presidente do clube, Uli Hoeness.
Hoeness, que jogou pelo Bayern e a Alemanha Ocidental na década de 1970, admitiu a sonegação de impostos e disse ter recebido um empréstimo pessoal do ex-chefe da Adidas, Robert Louis-Dreyfus, morto em 2009 após uma longa batalha contra a leucemia.
“Nós vamos continuar a ser acionistas do Bayern de Munique”, disse o diretor-executivo da Adidas, Herbert Hainer, a jornalistas nesta sexta-feira depois que o grupo divulgou os resultados do primeiro trimestre.
O empréstimo de Louis-Dreyfus levou a especulações na imprensa alemã sobre se a amizade entre os dois poderia ter ajudado a Adidas a ganhar uma extensão de seu contrato de patrocínio com o clube em 2001, assim como ter influenciado a compra de uma participação de 10 por cento no Bayern de Munique pela Adidas em 2002.
Hainer, disse que as negociações pela participação só começaram no início de 2001 e que Louis-Dreyfus tinha se afastado do cotidiano da empresa em 1999, por causa de sua doença. Ele disse ainda que nem ele nem qualquer outra pessoa na Adidas sabia do empréstimo de Hoeness.
“Nós pesquisamos isso internamente e do ponto de vista do conformidade estamos completamente limpos”, disse Hainer.
A Adidas agora tem uma participação de 9 por cento no Bayern, que é um dos clubes mais ricos da Europa e que pode tornar-se campeão europeu pela quinta vez no final deste mês, em uma final contra o rival alemão Borussia Dortmund.
Hoeness chocou a Alemanha no mês passado ao dizer que havia alertado voluntariamente as autoridades fiscais em janeiro para uma conta bancária possuída por ele na Suíça. A admissão veio tão logo o Bayern recuperou a taça do Campeonato Alemão das mãos do Dortmund.