Centrais vão protestar pelo fim do fator previdenciário
Aproveitando a onda de protestos que tomou conta do país, as centrais sindicais marcaram para o dia 11 de julho uma série de greves. As paralisações terão como reivindicação antigas bandeiras discutidas com o governo federal há anos, o que inclui o fim do fator previdenciário, aumento acima da inflação para os aposentados que recebem mais do que o salário mínimo, hoje em R$ 678, e redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais sem a diminuição do salário.
Há, ainda, pedidos para que seja barrado o projeto que define os direitos dos trabalhadores terceirizados, sendo substituído por outro que atenda aos anseios da categoria, o investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) na Educação e na Saúde, além da melhoria do transporte público.
Também estão na pauta o direito de greve dos servidores e o fim das demissões imotivadas para diminuir a rotatividade de empregos. De acordo com Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, especialmente no caso do projeto que trata sobre a terceirização, há problemas graves. “Queremos o fim deste projeto que retira direitos para quem nova proposta seja apresentada. Hoje, muitas vezes a empresa tem ônibus e o terceir9izado não pode pegar ou não pode almoçar com os demais funcionários, sendo tratado como cidadão de segunda categoria. Esse projeto que está no Congresso mantém essas diferenças”, afirma.
CONTRA AS REGRAS – Nos últimos quatro anos, mais de 44 mil pessoas entraram em contato com a Câmara para comentar a revisão das regras estabelecidas pelo fator previdenciário. Quase todos esses cidadãos (99,32%) manifestaram um desejo: eles pediram o fim da regra que serve de base para o cálculo de aposentadorias. Conforme o fator, instituído pela Reforma Previdenciária de 1998, o trabalhador que se aposenta antes da idade mínima recebe proporcionalmente menos na aposentadoria.
As contribuições da sociedade por meio do Disque-Câmara (0800 619 619) ou e-mail ( [email protected] ) foram registradas pela Coordenação de Participação Popular (CPP) da Casa, que elaborou um relatório sobre o assunto. Desde 2008, o tema ocupa o segundo lugar no ranking das ligações recebidas pela Câmara. Naquele ano, começou a tramitar o Projeto de Lei 3299/08, do Senado, que cria uma alternativa de cálculo das aposentadorias e está pronto para análise do Plenário.
CRONOGRAMA
Confirmadas, greves serão definidas hoje
As centrais sindicais marcaram uma reunião para hoje, sexta-feira, 28 de junho, na qual irão definir os locais do país onde deverão haver greves e quais as categorias que vão parar.
Os sindicalistas afirmam que mesmo com uma reunião realizada na última quarta-ferira com a presidente Dilma Rousseff, a manifestação do dia 11 de julho está mantida, em apoio aos movimentos sociais que foram às ruas.
Ricardo Patah, presidente da UGT, disse que as bandeiras das ruas são as mesmas defendidas pela central sindical.