Aumenta participação feminina na construção civil
As mulheres conquistam cada vez mais notoriedade no mercado de trabalho da construção civil. O que antes era estigmatizado como função estritamente masculina, hoje adquire espaço entre as mulheres, que costumam ter disciplina, organização e delicadeza.
De acordo com o diretor da Regional Ribeirão Preto do SindusCon-SP (Sindicato da Construção) e engenheiro civil, Eduardo Nogueira, apesar de considerar a atuação das mulheres um pouco tímida, ele observa que elas possuem uma grande capacidade de refinamento nas execuções das tarefas, além de concentração e limpeza. “O SindusCon-SP estimula a inserção das mulheres nos canteiros de obra, pois existem serviços, especialmente de acabamentos, nos quais elas são muito bem-sucedidas, organizadas e refinadas”, afirma.
Segundo a engenheira da AVR Engenharia, Marcela Garcia Pozzi, o cenário é um reflexo da própria evolução da história das mulheres, que deixaram de ser donas de casa e foram batalhar para ganhar seu próprio dinheiro e sua independência. “Algumas profissões exigem mais disposição masculina para se operar, mas a mulher ao mesmo tempo que não tem por natureza essas qualidades, tem outras. Eu vejo, dentro da própria universidade onde me formei, a evolução das mulheres na construção civil. Quando eu entrei eram 80 alunos, destes, 63 eram homens e 17 eram mulheres. Já no ano seguinte, entraram 55 homens e 25 mulheres, e assim por diante. Hoje, percebo que muitas mulheres que estudaram comigo se destacaram muito mais e estão em posições melhores que os homens”, explica.
A engenheira relata que realiza os mais variados tipos de serviços na empresa, desde execução de obra até planejamento, orçamento, cronograma, medições de empreiteiros e análise de projetos. “ Aqui nós trabalhamos em todas as áreas da construção, o que é muito vantajoso, pois podemos aprender e atuar em diversos segmentos”, ressalta Marcela.
A estudante de Engenharia Civil do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA) Mariane Piersanti de Alvarenga, que faz estágio na Construtora MRV Engenharia há 8 meses, também notou um aumento significativo da participação de mulheres na área. “Tanto na própria universidade quanto aqui na empresa, a quantidade de mulheres aumentou bastante. Acredito que, em primeiro lugar, isso aconteceu pois a construção civil é um mercado que está em alta, ou seja, há muitas oportunidades de empregos. Além disso, hoje em dia muitas mulheres se identificam mais com a área das exatas”, salienta.
No trabalho, Mariane acompanha obras, sendo responsável pela compra de material e pela fiscalização dos serviços desenvolvidos pelos empreeiteiros, como pintura e alvenaria. “Quando eu decidi seguir a carreira, cheguei a pensar em Arquitetura, mas a Engenharia Civil possui um leque de possibilidades mais amplo, o que também influenciou quando optei pelo curso”, relata.
Ambas afirmam que não notam preconceito por parte dos engenheiros e tampouco pelos funcionários de obras, que respeitam e admiram seus trabalhos. “Há sim um certo desconforto no que diz respeito à presença da mulher na obra, mas são coisas que devemos aprender a lidar, pois acredito que isso aconteça em todas as áreas. A mulher, para atuar na construção civil, deve ter personalidade, manter uma postura séria para que possa ser levada a sério, mas claro, sempre com muito equilíbrio”, finaliza Marcela.
Excelente materia, excelente engenheira! Parabens !
feminimismo!!!!!!