Comissão do Hospital-Escola será recebida por Altomani
O secretário de Governo e que ocupa interinamente a Secretaria de Saúde, Júlio Soldado, recebeu, no final da tarde de ontem, o documento da comissão de professores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e de funcionários do Hospital-Escola “Professor Horácio Carlos Panepucci” solicitando a reunião para discutir a transição dos gestores da Organização Social (OS) Sociedade de Apoio, Humanização e Desenvolvimento dos Serviços da Saúde (Sahudes). “Esse documento será encaminhado ao prefeito Paulo Altomani e, em função do feriado de 9 de julho, essa reunião será proposta para quarta ou quinta-feira da próxima semana”, disse Soldado.
O secretário de Saúde afirmou que nunca se levantou suspeitas sobre a conduta moral de Sebastião Kury e Celso Pedrino, respectivamente presidente e vice da Sahudes. “O que esteve em discussão foi a condução administrativa do hospital e não a idoneidade das pessoas”.
Segundo Soldado, a intenção é que a OS Sahudes permaneça na gestão do HE, porém com integrantes indicados pelo prefeito Paulo Altomani (PSDB). Ele reafirmou o compromisso do prefeito em realizar os estudos necessários para a implantação do Ambulatório Médico de Especialidades no primeiro módulo do HE.
O reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho, disse que há uma expectativa da definição dos novos gestores do HE. “A principal questão é que o hospital continue funcionando para atender aos alunos do curso de Medicina da UFSCar e que também ocorram discussões sobre o processo de federalização do hospital”, disse Targino.
Targino destaca a independência da OS, que precisa aprovar os nomes indicados pelo prefeito Paulo Altomani. “O Conselho de Administração do hospital é composto por 140 pessoas que aprovam ou não a indicação dos nomes, mas na verdade precisamos entender o que a Prefeitura quer a respeito da administração do hospital, esse é o primeiro passo”, defendeu.
AME – A respeito da instalação do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), Targino confia que o prefeito reconheça o que considera “um equívoco” instalar o Ambulatório em um dos módulos do HE.
“Violar o projeto do hospital é um prejuízo imenso para a UFSCar porque o nosso curso fica inviabilizado, vamos ter que realizar o internato dos estudantes fora daqui. O hospital foi pensado para fazer parte de uma rede importante de saúde, que nenhuma cidade com mais de 220 mil habitantes tem. Os benefícios que São Carlos têm com o hospital e com o curso de Medicina são imensos e a gente não pode perdê-los. A única questão é que o AME não cabe nas instalações do Hospital-Escola”, afirmou.
Contudo, o reitor defendeu a instalação do Ambulatório em São Carlos. “Se trouxermos o AME para um outro local teremos outras especialidades médicas disponíveis para a atuação dos alunos da UFSCar, que serão outras experiências importantes para os alunos”, concluiu.
Kury pediu demissão na quinta-feira
O presidente da OS Sahudes, Sebastião Kury, e o vice, Celso Pedrino, pediram demissão dos cargos de gestores do Hospital-Escola na última quinta-feira, durante reunião do Conselho de Administração da Organização Social.
“Acreditamos que a nossa saída vai facilitar as negociações com o governo municipal para a manutenção do hospital”, disse Kury.
O conselho também definiu os membros de uma comissão que vai tratar da transição de gestores. A comissão é composta pelo diretor-executivo do HE, Sérgio Brasileiro Lopes, pelos professores da UFSCar, Tânia Salvini, Gisele Dupas e Maria Lúcia Machado e pelos funcionários do hospital, Luciano do Carmo e Viviane Rodrigues.
