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Agnelo diz ser alvo de grupo de Cachoeira

13/06/2012 18h18 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Agnelo diz ser alvo de grupo de Cachoeira

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), mostrou indignação ao dizer à CPI do Cachoeira nesta quarta-feira, 13, que é vítima e não aliado do grupo de Carlinhos Cachoeira. E disponibilizou seu sigilo bancário, fiscal e telefônico para a comissão.

 

Por vezes com a voz alterada, ele insistiu em citar que as investigações da Polícia Federal comprovam que seu governo atuou contra os interesses da construtora Delta e irritou Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar um esquema de jogos ilegais.

E num sinal de que não teme a investigação, o petista repassou à CPI uma declaração colocando à disposição dos membros da comissão seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

“A decisão do governador mostra que ele não tem medo de nada que a oposição pode perguntar o que quiser”, disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP)

“O grupo aqui investigado tramou minha derrubada. E não agiu sozinho. Valeu-se das falsas acusações plantadas no noticiário. Valeu-se de vozes com lugar nas tribunas políticas do país. Tudo com objetivo de me desgastar, me desestabilizar”, afirmou Agnelo.

A exemplo do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que prestou depoimento na terça-feira na CPI mista, o petista levou documentos para comprovar que não tinha relação com Cachoeira e tomou providências para evitar que o lobby do empresário tivesse sucesso na sua gestão.

Uma das acusações que pesam contra Agnelo é que ele teria beneficiado a Delta num contrato de coleta de lixo e conservação de limpeza no Distrito Federal.

Nesse ponto, o petista apresentou cópia de um ofício enviado antes de tomar posse ao então governador Rogério Rosso pedindo a prorrogação de contratos que fossem encerrados em dezembro de 2010 e janeiro de 2011. Segundo ele, esse ofício não abarcava a construtora Delta, que tinha vencido uma licitação para trabalhar com o lixo e a limpeza do DF por 52 meses.

O licitação em questão foi contestada pelos concorrentes da Delta, que conseguiram retirá-la da execução dos serviços. Contudo, judicialmente a construtora, que é apontada de ter Carlinhos Cachoeira como sócio oculto, conseguiu reaver o contrado com o Distrito Federal.

“A Delta tem apenas um contrato ( no meu governo). E esse contrato foi assinado no governo anterior. E ainda assim a mando da Justiça”, argumentou Agnelo.

Segundo ele, as gravações divulgadas na mídia e coletadas pela operação Monte Carlo da Polícia Federal comprovam que seu governo estava contrariando os interesses do grupo de Cachoeira.

“Nos áudios há pessoas do grupo de Cachoeira me atacando. O grupo usa termos chulos contra mim”, disse o petista.

“Agora compreendo porque Demóstenes entrou com pedido de impeachment contra mim em novembro de 2011”, afirmou ligando a ação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) aos interesses de Cachoeira.

Torres sofre processo disciplinar no Conselho de Ética do Senado justamente depois que ficou comprovada sua relação com Cachoeira, de quem recebeu um telefone com linha direta e exclusiva.

“Vossas excelências que viram as investigações da Monte Carlo, podem me dizer um só nome que eu tenha noemado a pedido do senhor Cachoeira?”, desafiou Agnelo.

Assim como Perillo, Agnelo trouxe para o Congresso aliados políticos, deputados distritais e secretários para garantir aplausos ao seu depoimento.

Pouco antes do início da sessão da CPI, o corredor de comissões do Senado foi tomado por gritos de manifestantes favoráveis e contrários ao governador do DF. Estudantes munidos de faixas gritavam frases como “ô Agnelo, que papelão! Tem (dinheiro) para Cachoeira, mas não tem para a educação!”. Em resposta, partidários do petista gritavam “chega de mentira, deixa o homem trabalhar”.

Agnelo chegou ao Senado pela garagem e permaneceu no gabinete da liderança do PT na Casa, onde também se encontravam deputados distritais da base do governador, antes de seguir à sala onde ocorre a sessão da CPI.

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