Ciclo ILP-FAPESP discute as redes de vigilância genômica da Covid-19
Cinco pesquisadores vão apresentar os dados mais recentes sobre monitoramento e sequenciamento de variantes do SARS-CoV-2
O Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação reuniu na última segunda-feira (30) cientistas de diferentes grupos de vigilância genômica da COVID-19 em todo o país. A cooperação entre as instituições envolvidas tem possibilitado avanços no conhecimento do vírus, de suas variantes e da doença e vem orientando a definição de ações de saúde pública. Cinco pesquisadores apresentaram resultados das pesquisas realizadas tanto para o monitoramento quanto para o controle do vírus SARS-CoV-2.
O encontro virtual, foi transmitido pelo canal da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no YouTube. O evento integrou o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, parceria entre a FAPESP e o Instituto do Legislativo Paulista (ILP), que tem por objetivo divulgar os resultados das pesquisas científicas financiadas com recursos públicos à sociedade em geral e aos legisladores e gestores públicos em particular. As inscrições foram feitas até domingo (29), pela página do evento.
Pró-reitor de Pesquisa da Universidade Feevale, Fernando Rosado Spiki coordena a Rede Corona-Ômica, criada entre março e abril de 2020 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para liderar os esforços de vigilância genômica no país. “É importante que se conheça como a rede funciona, os resultados obtidos e as nossas perspectivas para o futuro”, diz Spilki.
Detalhar as diversas linhagens do SARS-CoV-2, as variantes que predominam e como elas circulam pelo país fazem parte da rotina desses pesquisadores. As mutações levantam questões sobre a resposta das vacinas já desenvolvidas, a necessidade de novas pesquisas sobre imunizantes e a extensão de medidas de isolamento social.
A professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e coordenadora do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), Ester Sabino, explicou como a prefeitura paulistana, a USP, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e o laboratório Dasa organizaram um sistema rápido e de baixo custo para analisar as variantes na cidade de São Paulo. “Acompanhar as variantes é essencial para definir uma estratégia de combate à pandemia”, afirma Sabino.
Sandra Coccuzzo Sampaio Vessoni, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Instituto Butantan e coordenadora da Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 do Estado de São Paulo, detalhou o trabalho de monitoramento, de diagnóstico e de definição da estratégia vacinal realizado até agora pela instituição. “Atuamos desde o monitoramento das variantes até o acompanhamento da resposta vacinal. Conhecer o cenário pandêmico é fundamental para definir ações de saúde pública que vão beneficiar a população”, diz.
Paola Cristina Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz e coordenadora da equipe de curadoria da plataforma internacional de dados Gisaid no Brasil, contou como o compartilhamento rápido de informações em nível global impactou as pesquisas nos campos de teste de diagnóstico, vacina, drogas antivirais e vigilância genômica. As respostas imunes de anticorpos e celulares e o risco de reinfecção por COVID-19 serão analisados por Edecio Cunha Neto, professor da FM-USP e membro da coordenação do grupo de pesquisa de vacinas do Instituto do Coração (InCor). Ele também apresentou o estudo de respostas imunes em um grupo de vacinados com a CoronaVac em diferentes faixas etárias e mostrará os resultados mais atuais sobre a vacina nasal contra a COVID-19 em desenvolvimento pelo InCor.