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Dilma anuncia corte em tarifas de energia

07/09/2012 21h13 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Dilma anuncia corte em tarifas de energia

A presidente Dilma Rousseff aproveitou seu pronunciamento para o 7 de Setembro para anunciar uma “forte” redução das tarifas de energia elétrica, além de prometer uma retomada do crescimento da economia no próximo ano e de defender o modelo de concessões adotado por seu governo.

 

Em pronunciamento em rede nacional, Dilma anunciou uma redução média de 16,2 por cento nas tarifas de energia pagas pelo consumidor residencial, e até 28 por cento de redução para o setor produtivo.

Sem dar mais detalhes, a presidente afirmou que as mudanças entrarão em vigor no início do próximo ano e que serão formalmente anunciadas na próxima terça-feira.

“Vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução que se tem notícia nesse país nas tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos”, afirmou.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já havia anunciado, em julho, a intenção do governo de eliminar encargos que incidem sobre o setor. A redução das contas, além de colaborar para reduzir as pressões inflacionárias, ajuda a aumentar a competitividade da indústria.

A renovação das concessões que vencem a partir de 2015 também deve ajudar na diminuição das tarifas, uma vez que o governo condicionará a prorrogação ao fim do repasse, nas tarifas, dos custos relativos a investimentos já amortizados.

A decisão do governo foi elogiada pelo setor produtivo.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a redução da tarifa de energia elétrica “é um passo importante para diminuir o custo Brasil, aumentar a competitividade da indústria e favorecer o crescimento da economia brasileira”.

A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) classificou a decisão de “histórica”.

“A expectativa é de que, na média, a indústria passe a pagar 20 por cento menos pela energia elétrica. Se essa redução se concretizar, com base nas medidas que serão detalhadas na próxima terça-feira pelo governo federal, o Brasil deixaria o topo do ranking das energias mais caras do mundo”, disse a entidade em nota.

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a medida vem no “momento certo”. “Mas… temos que lembrar que a energia é somente uma parte do custo de se fazer negócios no Brasil”, disse.

 

ARRANCADA

Em seu pronunciamento, Dilma aproveitou ainda para comemorar feitos de seu governo, como a retirada de 40 milhões de brasileiros da pobreza, Ela afirmou que o país se prepara para dar um “salto” de crescimento.

“Não se surpreendam que essa nova arrancada se dê num mesmo momento em que o mundo se debate em um mar de incertezas”, disse a presidente, creditando o crescimento dos últimos anos a um modelo de desenvolvimento baseado em estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de renda.

“Como a maioria dos países, tivemos uma redução temporária no índice de crescimento. Mas já temos as condições objetivas agora, para iniciar este novo e decisivo salto cujos primeiros efeitos já serão percebidos no próximo ano e que vão se ampliar fortemente nos anos seguintes”, prometeu.

Em pouco mais de 11 minutos de pronunciamento, a presidente aproveitou para defender o modelo de concessões adotado por seu governo, referindo-se principalmente ao recente lançamento da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que terá a função de cuidar do projeto integrado na área de logística.

No mês passado, o governo federal lançou um pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê investimentos de 133 bilhões de reais ao longo de 25 anos.

Ela aproveitou também para atacar o que chamou de “privatizações” do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias, que torrou o patrimônio público para pagar dívida e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado.”

Na segunda-feira, Dilma divulgou nota rebatendo críticas de FHC, que havia classificado como “pesada” a herança recebida por ela após “estilo bombástico” de governar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente defendeu Lula, chamando-o de “exemplo de estadista”.

Dilma ainda comemorou a queda nas taxas reais de juros, aproveitando para pedir novamente uma queda nas taxas cobradas pelos bancos e administradoras de cartão de crédito.

 

“Bancos, as financeiras, e de forma muito especial os cartões de crédito podem reduzir ainda mais as taxas cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados seus ganhos”, afirmou. (reportagem adicional de Jeb Blount, no Rio de Janeiro)

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