Dilma defende integração contra crise econômica
Em seu discurso de posse na Presidência do Mercosul nesta sexta-feira, 29, Dilma Rousseff defendeu o aprofundamento da integração da região como forma de enfrentar a crise econômica internacional e reforçou que a América Latina “não é nem nunca será” apenas um fornecedor de alimentos e minérios.
Dilma ficará à frente do bloco pelos próximos seis meses, período em que a Venezuela se tornará um membro permanente. A presidente disse esperar que outros países se juntem ao Mercosul no futuro.
“Ainda somos uma das regiões menos afetadas pela crise… A América Latina não é nem nunca será apenas uma provedora de alimentos e minérios”, disse ela aos representantes do Mercosul e países da Unasul.
“Devemos incluir cada vez mais objetivos estratégicos para garantir integração de nossas cadeias produtivas e procurar que todos os países tenham capacidade e possam ter ganhos com essa integração, e não perdas”, complementou.
Dilma o aprofundamento de instrumentos como o fundo de financiamento do bloco.
“Uma integração precisa de instrumentos, uma integração precisa tanto de instrumentos que permitam que nós levemos à frente um processo de redução das assimetrias, como aquele que faz com que nós possamos garantir às nossas economias maior crescimento do emprego e da renda”, disse.
Dilma recebeu a presidência do Mercosul das mãos da presidente argentina, Cristina Kirchner. Ela comemorou a entrada da Venezuela como membro permanente do bloco -que não havia ocorrido antes por falta de aprovação do Congresso paraguaio, país que está suspenso do Mercosul.
PARAGUAI
Sobre a situação no Paraguai, que destituiu o presidente Fernando Lugo na última semana em um processo questionado pelos vizinhos, Dilma afirmou que o Mercosul demonstrou “sobriedade” ao não aprovar sanções econômicas, que afetariam “o povo paraguaio”. Mas o país está suspenso por tempo indeterminado das reuniões multilaterais.
“A nossa posição ao que aconteceu no Paraguai é uma posição que mostra a sobriedade desta região. Nós somos uma região que há 140 anos vive sem guerra, uma região pacífica… Somos uma região que fez todos os seus organismos baseados no compromisso fundamental com a democracia”, disse Dilma.