Dilma: Plano safra ajuda Brasil a enfrentar crise
Com mais recursos e juros menores, o plano agrícola para a nova safra (2012/13) deve fortalecer o setor agropecuário internamente e reforçar a atuação do Brasil no mercado externo em meio à crise na economia, disse a presidente Dilma Rousseff nesta quinta-feira, 29.
“O nível de competitividade da agricultura no Brasil é capaz de superar as crises”, afirmou a presidente em discurso durante o lançamento do plano, acrescentando que não há restrições de recursos para agricultura.
“Esse plano agrícola pretende ampliar cada vez mais o espaço da agricultura brasileira dentro e fora do Brasil”, acrescentou.
O governo federal anunciou na manhã desta quinta-feira, em Brasília, o Plano Agrícola e Pecuária para a safra 2012/13, confirmando aumento de 7,5% nos recursos disponíveis para custeio e investimentos no campo.
Ao todo, serão oferecidos 115,2 bilhões de reais para a agricultura empresarial, ante 107,2 bilhões de reais do ciclo anterior. Deste total, 86,9 bilhões de reais serão para financiar custeio e comercialização e 28,2 bilhões de reais para investimentos.
O novo plano reduz de 6,75% para 5,5% a taxa anual de juros.
“Isso é o reconhecimento que damos ao papel que a agricultura desempenha no enfrentamento da crise mundial”, disse Dilma, sobre a redução de juros.
“Os juros baixaram no capital de giro e no investimento”, acrescentou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, durante o evento.
O total de recursos com taxa de juros controlada será de 93,9 bilhões de reais, o que corresponde a um acréscimo de 18,5% em relação ao programado para a safra anterior. Já os juros livres totalizam 21,3 bilhões de reais.
“Esperamos por 20 anos por juros compatíveis com a nossa atividade produtiva”, disse a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, senadora Katia Abreu, celebrando a redução da taxa.
NOVOS LIMITES
Foram ampliados os limites de financiamento de custeio e comercialização.
No caso do custeio, houve aumento do limite para 800 mil reais por produtor, ante 650 mil reais do plano anterior.
Para a comercialização o limite foi elevado para 1,6 milhão de reais, ante 1,3 milhão de reais do plano anterior. Em ambos os casos, a variação foi de 23 por cento sobre a safra anterior.
O limite de financiamento de cooperativas passou para 100 milhões de reais por entidade, ante 60 milhões do último plano.
MÉDIO PRODUTOR
A taxa de juros para médios produtores foi reduzida para 5% ao ano, ante 6,25% do plano anterior.
O volume de recursos para custeio cresceu 15%, para 7,1 bilhões de reais.
Foi elevada para 800 mil reais a renda bruta anual para enquadramento do produtor no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), ante 700 mil reais de limite na última safra.
O limite de crédito por beneficiário passou para 500 mil reais, ante 400 mil reais no ano anterior.
“Tem que chegar ao maior número de produtores”, disse a presidente Dilma. “Ter este foco no médio produtor é um momento importante”, acrescentou ela.
O Plano Safra da Agricultura Familiar será lançado na próxima semana, com um montante de 18 bilhões de reais em crédito para os pequenos produtores.
EXTENSÃO RURAL
A presidente Dilma disse ainda que o governo estuda a criação de uma agência de extensão rural, capaz de disseminar as melhores técnicas agrícolas em todo o país.
“É uma forma de democratizar conhecimento”, disse ela. “Este talvez seja um dos maiores desafios do meu governo.”
Segundo a presidente, a agência só poderá existir com a cooperação entre Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário. (reportagem de Maria Carolina Marcello; Texto Gustavo Bonato; Edição Fabíola Gomes)