“Dor” impede ministro de comentar condenações no mensalão
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, disse nesta sexta-feira, 5, sentir “dor” com o placar desfavorável a antigas lideranças do PT no julgamento do chamado mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Três dos quatro ministros que já votaram condenaram o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do PT José Genoino por corrupção ativa. O julgamento, que começou em agosto, concentra-se agora no chamado “núcleo político” do esquema envolvendo compra de apoio parlamentar ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Questionado sobre a os três votos contrários a Dirceu e a Genoino, Carvalho inicialmente recusou-se a comentar, mas depois disse: “A dor me impede de falar dessa questão.”
O ministro foi abordado por jornalistas em abertura de uma exposição de obras do pintor italiano Caravaggio.
Mais uma vez questionado por jornalistas, o ministro disse estar “muito sofrido”.
Dirceu foi acusado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ser o mentor e líder do “grupo criminoso” responsável pelo esquema. A defesa do ex-ministro nega e alega não haver provas.
O ex-chefe da Casa Civil, que deixou o ministério atingido pelas denúncias, também teve seu mandato de deputado federal cassado por conta do escândalo.
“Aquela coisa do outro lado da rua dói muito”, afirmou, referindo-se ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).
Denunciado em 2005, o chamado mensalão foi a pior crise política dos oito anos de mandato de Lula.