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Eleitores do Pará começam a votar para decidir se Estado deve ser dividido em três

11/12/2011 11h53 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Eleitores do Pará começam a votar para decidir se Estado deve ser dividido em três

Começou às 9h (horário de Brasília) a votação do primeiro plebiscito na história do país que pode definir a divisão de um Estado. Os 4,8 milhões de eleitores vão decidir se aceitam que o Pará seja dividido em três partes, dando origem a Carajás e Tapajós. As seções eleitorais estarão abertas até as 18h (horário de Brasília). O voto é obrigatório para todos os eleitores com título registrado no Estado.

Segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), a eleição do Pará conta com 17.917 urnas. Apesar das dificuldades logísticas do Estado, o resultado do plebiscito deve ser conhecido até as 22h de hoje (horário de Brasília), segundo estimativa do tribunal. De acordo com pesquisa do Datafolha, divulgada na sexta-feira (9), 65% dos eleitores não querem a criação do Carajás, e 64% são contra a separação do Tapajós.

Para o eleitor, a votação deste domingo é idêntica à de uma eleição normal: é preciso o título de eleitor e/ou um documento com foto. Quem não votar, terá que justificar o voto a partir da segunda-feira (12).

 única diferença pra quem vai às urnas é que, em vez de candidatos, o eleitor vai votar duas vezes para decidir sobre o desmembramento do Pará. Primeiro, ele dirá se é favor, ou não, da criação do Estado de Carajás. Em seguida, votará novamente se concorda com o Estado de Tapajós. Nos dois casos, para responder sim, o eleitor deverá digitar o número 77. Para responder não, o número é o 55.

Em tese, é possível que a população aprove apenas a criação de um dos Estados. Mas a hipótese é pouco provável, já que as duas frentes –a favor de Carajás e a favor de Tapajós– fizeram campanhas unificadas, defendendo sempre a criação dos dois Estados.

Se o resultado do plebiscito for “não”, a questão está encerrada. Se for “sim”, a proposta de divisão deverá ser transformada em projeto de lei e precisará ser aprovada no Congresso Nacional e depois sancionada pela Presidência. Só depois disso, o país poderá de fato ganhar dois novos Estados.

Os novos Estados

Se for dividido, o “novo Pará” ficará com 17% do território atual, mas concentrará 4,8 milhões dos 7,5 milhões de habitantes em seus 78 municípios remanescentes. A capital continuaria sendo Belém. Maior território e mais pobre em caso de divisão, o Tapajós –na região oeste do Pará– vai ficar com 59% das terras paraenses e 1,2 milhão de moradores em 27 municípios. A capital do Estado seria Santarém. Parte com maior PIB per capita, o Carajás teria 24% do território, correspondente à região sudeste paraense. Com 39 municípios, entre eles a possível capital, Marabá, o Estado teria 1,6 milhão de moradores.

Tapajós seria o mais “verde” dos Estados resultantes da divisão do Pará, com grande parte do território protegido em unidades de conservação e terras indígenas. No entanto, herdaria a polêmica obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída nos limites do novo Estado. O novo Estado nasceria com Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 6,4 bilhões.

Já Carajás, pólo de exploração mineral de ferro e cobre, teria PIB de R$ 19,6 bilhões. Mas já nasceria com alguns dos piores indicadores sociais do país: a região de Carajás concentra os maiores índices de violência no campo e registros de trabalho escravo do Estado. Provável futura capital do novo Estado, Marabá está entre as cinco cidades mais violentas do país e é a campeã de homicídios em municípios com mais de 100 mil habitantes, de acordo com o Mapa da Violência, do Ministério da Justiça.

O Pará remanescente teria o maior PIB entre os três Estados atingindo: R$ 32,5 bilhões.

Além de mudar a configuração do mapa do Brasil, caso seja aprovada nas urnas, a divisão do Pará também vai alterar a composição do Congresso. Para que os parlamentares dos novos Estados tenham assentos na Câmara e no Senado, outros Estados perderiam vagas. No Senado, por exemplo, a bancada da região Norte ganharia seis senadores e passaria a ser o triplo da bancada da região Sul.

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