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Governadores defendem aquisição de mais vacinas para Covid-19

Gestores falam de dificuldades no combate à pandemia

11/05/2021 11h05 - Atualizado há 4 anos Publicado por: Redação
Governadores defendem aquisição de mais vacinas para Covid-19 Foto: Sergio Perez / Reuters / Direitos Reservados

As dificuldades financeiras para o combate à pandemia de covid-19 nos estados e municípios foram um dos destaques trazidos pelos governadores do Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul nesta última segunda-feira (10), em audiência pública na Comissão Temporária da Covid do Senado. Os gestores pediram ajuda para aquisição de vacinas já que, segundo eles, a imunização segue um ritmo ainda bem menor do que o país necessita.

Apesar do alívio na ocupação de leitos, de 90% para 46% no Maranhão, o governador do estado, Flávio Dino, destacou que a preocupação maior hoje é um “exaurimento dos recursos financeiros” de estados e municípios.

Dino defendeu que é preciso empenho na manutenção da operacionalidade hospitalar dos estados para a necessidade de enfrentar novos ciclos epidemiológicos. Antes da pandemia, ele lembrou que a rede de saúde custava R$ 170 milhões por mês, hoje, o custo mensal é de R$ 230 milhões. “[isso] Porque nós ampliamos leitos, mais equipes, e isso tudo impacta muito fortemente o custeio”, afirmou.

Selo verde

Na mesma audiência, o governador do Piauí, Wellington Dias, que também coordena as demandas ligadas à imunização no Fórum Nacional de Governadores, disse que está preocupado com as possíveis restrições adotadas (código verde) pelos países que já alcançaram o que se chama de imunização em massa. Segundo Dias, já são 11 países, entre eles, Israel e Reino Unido, e partir de junho, o número de países com essa medida vai crescer com Canadá, Estados Unidos, México e países da Europa.

Wellington Dias ressaltou que outros países como China e até vizinhos do Brasil como Chile, Argentina e Bolívia, com quem o país tem uma intensa relação, estarão na lista verde de países com elevada imunização.

“E, do outro lado, o Brasil, com baixa imunização. Isso vai dar efeito na desigualdade, nas relações entre os países. Haverá seguramente um cuidado, uma exigência maior de se alcançar um patamar de imunização; não querem trazer para dentro novas variantes, e isso vai causar problemas”, adiantou.

O governador do Piauí também defendeu que o Congresso Nacional ajude a intermediar o diálogo com as farmacêuticas produtoras de vacinas, como a Sinovac, Aztrazeneca e Pfizer. A ideia é acelerar a chegada de doses ao país e avançar nas etapas do Plano Nacional de Imunização.

“Vamos chegar no mês de agosto com aproximadamente 70 a 80 milhões de pessoas vacinadas. O ideal é chegar com 130 milhões de pessoas vacinadas. Vamos precisar encontrar, mais ou menos, 100 milhões de doses do que aquelas que estão colocadas para que possamos chegar pelo menos próximo daqueles países do primeiro time de vacinação”, estimou.

Apoio diplomático

Os gestores que participam de audiência pública hoje também pediram apoio diplomático para liberação do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) por países que detêm esse insumo. Essas dificuldades também foram destacadas pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja. Para ele, é preciso gastar energia para diminuir a tensão com os fornecedores do IFA, como a China.

“É comprovado que, quanto mais a gente amplia as etapas de vacinações, primeiro começando com os mais idosos, aqueles com comorbidades, a gente vê drasticamente a diminuição das internações e, principalmente, a gente vê drasticamente caindo os óbitos nessas faixas que já estão com a vacina. Então, acho que a grande luta, a grande energia que a gente deveria despender neste momento é a ampliação das vacinas”, defendeu.

Único representante municipal na reunião, o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), que preside o Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras, também reforçou a necessidade de avanço do Programa Nacional de Imunização (PNI), com a possibilidade de municípios adquirirem diretamente as vacinas com as farmacêuticas. Criado há pouco mais de um mês, o consórcio surgiu em razão das complicações diplomáticas enfrentadas pelo Brasil para aquisição de vacinas e insumos.

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