Governo descarta validade da reforma política para 2014
O Congresso definirá a data e o conteúdo para um plebiscito em torno da reforma política, mas não há tempo para que as novas regras sejam válidas já nas eleições do ano que vem, disse nesta quinta-feira, 4, o vice-presidente Michel Temer.
“Não há mais condições de fazer qualquer consulta antes de outubro e não havendo condições temporais para fazer essa consulta, qualquer reforma que venha, só se aplicará para as próximas eleições e não para esta (de 2014)”, disse a jornalistas o vice-presidente da República, Michel Temer.
Na última terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral definiu, em resposta à consulta da presidente Dilma Rousseff, que um eventual plebiscito só poderia ser realizado pelo menos 70 dias depois de sua convocação pelo Congresso.
A proposta do plebiscito foi encaminhada por Dilma ao Congresso como uma de suas respostas às manifestações populares que tomaram as ruas de todo o país nas últimas semanas.
Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo se reuniram com líderes da base governista na Câmara dos Deputados e disseram que ainda não há um consenso sobre quando deve ocorrer o plebiscito.
O vice-presidente explicou que a maioria dos participantes da reunião defendeu a realização do plebiscito juntamente com as eleições do ano que vem.
Temer admitiu que é possível que o Congresso produza uma reforma política antes mesmo do plebiscito, o que poderia tornar a consulta popular desnecessária.
“Se o Congresso realizar a reforma política e ela for, digamos, adequada às aspirações populares, quem sabe até não se pense em plebiscito”, disse Temer, acrescentando, porém, que “essa é uma ideia inteiramente descartada neste momento”.