João Paulo deve deixar candidatura e mandato
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), que teve na quarta-feira maioria dos votos no Supremo Tribunal Federal (STF) pela condenação por corrupção passiva e peculato na ação penal do chamado mensalão, “não tem mais condições” de se manter na disputa pela prefeitura de Osasco nem mesmo de manter o mandato na Câmara, disse nesta manhã, 30, à Reuters um ministro petista.
“É hora de pensar no partido, na cidade e no Estado. Quanto antes ele deixar a disputa, menos danos causará”, disse de forma reservada o ministro, que lamentou a condenação do deputado.
Mesmo ainda havendo em tese a possibilidade de os ministros do STF mudarem seus votos e inocentarem João Paulo, as chances de se reverter o atual placar – 8 votos pela condenação dos dois crimes e dois pela absolvição – são remotas.
João Paulo é acusado de receber, quando ocupava a presidência da Câmara dos Deputados, 50 mil reais das agências de publicidade do empresário Marcos Valério, que estava interessado em contratos com a Casa.
Nesta quinta, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, será o último ministro a votar neste capítulo do julgamento. Há expectativa de que seja também pela condenação do deputado – que ainda pode ser condenado por lavagem de dinheiro.
“Fico triste em dizer, mas não tem mais condições”, disse o ministro.
“Penso que ele deveria anunciar que deixa a disputa entre hoje (quinta) e amanhã (sexta), para reduzir os danos à campanha”, complementou.
Segundo fontes ouvidas pela Reuters, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também concorda que João Paulo deve abrir mão de concorrer à prefeitura e abrir espaço para uma alternativa ou “plano B”, como relataram as fontes.
A defesa de João Paulo Cunha diz que não se pode considerá-lo condenado antes do final do julgamento, ainda em fase inicial. A decisão final, com a publicação do acórdão, pode sair apenas no início de 2013.