Pazuello diz a prefeitos que pode fechar hoje compra da vacina da Pfizer
Especula-se que a negociação seja por 100 milhões de doses, mas com a entrega de 8,71 milhões de doses em julho e o restante até dezembro
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que pretende fechar ainda nesta quarta-feira, 3, a compra da vacina da Pfizer. A promessa foi feita a representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
A fala de Pazuello ocorre no momento de explosão de internações e colapso de sistemas de saúde em todo o País. O governo é pressionado para ampliar a oferta de imunizantes, mas Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro rejeitam há meses a oferta da Pfizer
O Ministério da Saúde chegou a dizer em janeiro que a proposta tinha exigências “leoninas” e também culpou a cláusula que previa a não responsabilização da farmacêutica americana por eventuais efeitos adversos causados pela vacina.
A principal crítica era em relação a uma cláusula que previa isenção de responsabilidade da empresa em caso de eventos adversos da vacina –o que, segundo especialistas, trata-se de uma cláusula já usada em outros países.
O ministro não informou quantas doses da Pfizer devem ser compradas. Em apresentações recentes a prefeitos e governadores, Pazuello disse que a negociação seria por 100 milhões de doses, mas com a entrega de uma primeira parcela de 8,71 milhões de doses em julho. O restante, entre outubro e dezembro.
ENTENDA O CASO – Após meses de negociações, o governo federal decidiu fechar contrato para a compra das vacinas da Pfizer e da Janssen (braço farmacêutico do laboratório Johnson & Johnson).
Segundo auxiliares, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pediu nesta quarta-feira (3) que haja celeridade no contrato para compra de doses das duas empresas.
A decisão ocorre após aprovação de um projeto de lei no Congresso que visava destravar a compra dos dois imunizantes. A previsão de fechar o acordo também foi apresentada a representantes da Confederação Nacional dos Municípios, que participam de reunião com o ministro.
GOVERNO DO ESTADO – Nesta quarta (3), o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, anunciou que a prefeitura estava negociando a compra das duas vacinas contra a Covid-19, fora do Programa Nacional de Imunizações.
“Temos uma primeira reunião com a Janssen nesta tarde. Com a Pfizer, já tivemos dois contatos e esperamos retorno. Estamos tentando ver todas as possibilidades para avançar para uma futura compra”, afirmou o secretário.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse na terça-feira, 2, que o Estado pretende comprar 20 milhões de doses da vacina da Pfizer e 20 milhões de doses da russa Sputnik V. A gestão paulista pretende usar os dois imunizantes, junto da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, no programa de imunização contra a covid-19.
A vacina da Pfizer, cuja eficácia é superior a 90%, é a única que tem registro definitivo no Brasil. Já a Sputnik ainda busca autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação emergencial. O governo paulista também negocia com a China a compra de mais 20 milhões de doses da Coronavac.