Pimentel ganha tempo com atraso de Comissão de Ética
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, terá mais tempo para prestar esclarecimentos à Comissão de Ética Pública da Presidência da República sobre as consultorias prestadas por sua empresa antes de assumir a pasta, devido a “problemas burocráticos” no envio do pedido de explicações.
“O prazo está correndo e, se houve atraso, foi nosso, não foi dele. Só há poucos dias os ofícios foram mandados… (Foram) problemas burocráticos”, disse nesta segunda-feira o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, sem esclarecer o dia em que os pedidos foram encaminhados.
Pimentel tem dez dias a partir do recebimento do ofício para prestar esclarecimentos.
A Comissão de Ética também questiona o ministro sobre uma carona em um avião fretado por um empresário brasileiro durante uma viagem oficial à Europa. Os pedidos de esclarecimentos foram feitos na última reunião do grupo, em 11 de junho, mas o ofício só teria sido encaminhado na semana passada.
De acordo com reportagens publicadas no final do ano passado, Pimentel teria obtido 2 milhões de reais em serviços de consultoria de sua empresa entre 2009 e 2010, período em que já havia deixado a Prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o ministério no governo da presidente Dilma Rousseff, de quem é amigo pessoal.
Uma das empresas que contrataram a consultoria teria obtido um contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte após Pimentel deixar o cargo. As revelações levantaram suspeita sobre possível tráfico de influência, o que Pimentel nega.
Foi a terceira vez que a comissão pediu mais esclarecimentos a Pimentel sobre as atividades de suas consultorias.
A comissão solicita ainda explicações sobre o uso pelo ministro de um avião fretado pelo empresário João Dória Jr., presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), durante uma viagem presidencial à Bulgária.
Pimentel usou o avião para se deslocar a Roma, na Itália, onde concedeu uma palestra em um evento do grupo.
Em nota, divulgada no dia 18 de maio, o ministro esclareceu que não houve irregularidade e que sua participação no seminário “foi devidamente tornada pública em sua agenda, conforme determinado pela Comissão de Ética Pública”.
A próxima reunião da comissão será em 27 de agosto.