Pressão por sigilos de Perillo aumenta
A pressão para que seja aprovado na CPI do Cachoeira requerimento pedindo a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), aumentou depois que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), se dispôs nesta quarta-feira,13, arepassar voluntariamente essas informação à comissão.
Na quinta-feira, a CPI mista terá uma sessão administrativa e esse requerimento será votado, pedindo a quebra de sigilo dos dois governadores nos últimos cinco anos.
“Fazer discurso é fácil. Mais do que isso e importante é ter gesto político. Com isso ele constrangeu o PSDB”, disse à Reuters o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), referindo-se a Perillo.
Para o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB), Agnelo “deu um passo adiante porque o Perillo foi muito bem ontem”.
O PSDB pressiona para que Agnelo formalize a intenção anunciada no depoimento desta quarta e, com isso, tentaria adiar a votação do requerimento na quinta, argumentando que o gesto de Agnelo teria sido pessoal e a CPI não precisaria forçar a quebra de Perillo.
O PT, por sua vez, quer justamente o oposto: que Agnelo não formalize o compartilhamento do sigilo nesta quarta, deixando para a sessão administrativa da quinta a quebra de sigilos dos dois governadores.
A aliados tucanos, Perillo reiterou que não disponibilizará espontaneamente seus sigilos bancário, telefônico e fiscal. Ele poderia até mesmo seguir o conselho dos seus advogados e ingressar na justiça para impedir que a CPI consiga essas informações mesmo aprovando um requerimento, disse à Reuters um tucano próximo ao goiano.
O PSDB, segundo essa fonte, também se mexe nos bastidores para impedir a votação do requerimento na quinta, ameaçando PT e PMDB com a CPI aberta na Assembleia Legislativa de Goiás, que poderia dar o troco quebrando sigilos de petistas e peemedebistas no Estado.