Rio+20 discute subsídios e impasses persistem
As negociações para o texto final da Rio+20 entraram em seu último dia nesta segunda-feira, 18, e os países participantes seguem em impasse quanto ao fim de subsídios, financiamento de projetos de sustentabilidade e transferência de tecnologia.
O Brasil, que lidera as negociações, está alterando a redação ou retirando parágrafos que enfrentam grandes divergências entre os países, disseram à Reuters três fontes a par das discussões.
O fim dos subsídios ao petróleo é um dos pontos de maior disputa. Países como Venezuela e Arábia Saudita, que utilizam recursos públicos para exploração e produção, são resistentes à ideia, assim como nações que concedem o benefício a consumidores, como Índia e Nigéria, que argumentam ser uma ferramenta de inclusão social.
Os países críticos à medida dizem que o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, já havia concordado em reduzir os subsídios, mas que, até agora, nada foi feito neste sentido.
As divergências sobre financiamento e transferência de tecnologia para projetos de sustentabilidade, que impediram a aprovação de um texto na sexta-feira, ainda estavam mantidas nas últimas horas de negociações.
Países ricos, tradicionais financiadores e os mais afetados pela crise econômica internacional, recusam se comprometer com novos aportes, posição adotada desde o início da conferência.
A proposta de criação de um fundo de 30 bilhões de dólares, feita pelo G77 – grupo que reúne países em desenvolvimento, incluindo Brasil e China -, foi retirada do texto em discussão, num sinal claro da resistência dos países ricos em fazer desembolsos.
As nações desenvolvidas se opõem também à obrigatoriedade de transferência de tecnologia e, segundo uma das fontes, que falou sob condição de anonimato, as negociações se baseiam, agora, em compromissos voluntários.
O Brasil pressiona para que o texto seja aprovado ainda nesta segunda-feira, antes da reunião de chefes de Estado e governo, entre 20 e 22.