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Secretário teme que crise afete acordos

09/03/2012 18h52 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Secretário teme que crise afete acordos

O secretário-geral da Rio +20 , Sha Zukang, demonstrou preocupação nesta sexta-feira, 9, com a crise econômica internacional e eleições em países como os EUA que poderiam comprometer o avanço das negociações na conferência que ocorrerá em junho, no Brasil.

“Nós ainda não conseguimos nos livrar da sombra da crise financeira. E os países em desenvolvimento têm sido generosos com os países em desenvolvimento, apesar da crise. Mas agora eles estão com problemas internos, na Europa principalmente”, disse o secretário a jornalistas, após reunião com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Zukang lembrou que países como os Estados Unidos e a França passarão por eleições neste ano, o que pode diminuir o engajamento de chefes de Estado na conferência da ONU, que pretende definir uma agenda para o desenvolvimento sustentável para as próximos décadas. O secretário chegou a dizer que a Rio +20 não ocorre num momento “auspicioso”.

“Em anos de eleições, os líderes estão preocupados com esse tema (eleições) e não com outros assuntos”, afirmou.

A ministra, no entanto, disse não temer um esvaziamento do encontro principal entre chefes de Estado na Rio +20 e afirmou que 79 delegações, com chefes de Estado, já confirmaram sua participação.

“O que está sendo colocado aqui é que, na realidade, o ano de eleição sinaliza que você tem uma dificuldade, muitas vezes, no engajamento dos chefes de Estado num debate preparatório… porque eles estão concentrados em questões internas”, afirmou a ministra.

 

“CAMINHOS CONCRETOS”

A expectativa, tanto da ministra quanto do secretário, é de que a conferência, que ocorre 20 anos após a Rio 92, produza resultados menos retóricos e mais práticos.

“Não é uma conferência de pegarmos um documento e carimbarmos esse documento para dizer ‘aprovamos’. Nós queremos caminhos concretos de ação e de resultados”, disse Izabella.

O secretário cobrou ainda um comprometimento internacional forte pela transição para a chamada “economia verde” e reconheceu que a tarefa exige “muito esforço”. Zukang sugeriu também que a sociedade e a mídia cobrem compromissos firmes de seus líderes na conferência. 

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