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40% dos profissionais da educação estão depressivos

12/10/2012 12h51 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
40% dos profissionais da educação estão depressivos

A depressão tem sido uma das principais causas de afastamento dos educadores das redes de ensino. Segundo dados da pesquisa divulgada do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) 40% deles sofrem algum tipo de distúrbio psiquiátrico, como ansiedade e depressão.

Um dos principais motivos pelo alto índice de afastados da rede de educação nacional se dá ao excesso de trabalho e a falta de respeito dos alunos em sala de aula. Para o professor Azuaite Martins de França os professores perderam a pouca autoridade que tinham e hoje a escola já não é mais vista como ensino. 

“Na minha época quando os professores chamavam atenção de um aluno ou o colocavam de castigo, os pais eram os primeiros a apoiarem esse tipo de comportamento vindo do professor, porém se isso acontecer hoje e o aluno retrucar, os pais apóiam seus filhos e fica contra a educação escolar”, completa Florinda Miranda, professora aposentada do ensino infantil.     

Será que em pleno século XXI estamos perdendo a moral, a ética, a tolerância, o respeito aos mais velhos e entre as divisões de classes sociais, a cumplicidade e a humanidade? Será que os valores sociais estão sendo desprezados pela sociedade em geral?

“Em minha opinião: a falta de respeito dos alunos para com os professores é o primeiro fator da lista. As crianças e jovens vão à escola com essa defasagem e isso se potencializa no ambiente escolar. Os grupos desses jovens e crianças fortalecem as atitudes “imorais” ou a maneira que aprenderam a se portar sem esses valores sociais”, afirma o doutor Douglas de Campos do Depto de Metodologia de Ensino da UFSCar (DME).  

Segundo ele outros fatores também afetam os professores, como: a dupla jornada, a falta de infra-estrutura e materiais escolares, as salas inapropriadas com excesso de alunos, a desvalorização do trabalho empenhado e a baixa remuneração. Tudo isso colabora para desenvolver um alto nível de estresse emocional.

“O professor luta constantemente para atingir seus objetivos de qualidade ou de excelência naquilo que faz sem o menor apoio dessas condições que efetivamente são básicas para esse desidério. A valorização do que realizam ao longo de sua carreira, tem se tornado cada dia mais inexistente”, completa Campos.

Atividades profissionais em que o indivíduo sofre grande pressão psicológica, pode com o decorrer do tempo desenvolver doenças como tendinites, sensações de esgotamento físico e mental, choro, síndrome de pânico e outros sintomas que é nomeado como síndrome do Burnout. Essa doença afeta o interesse e a motivação em trabalhar.

Campos acredita na importância de incentivar e criar mecanismos de valorização dos professores, por essa razão na UFSCar foi criado o Portal dos Professores (www.portaldoprofessor.mec.gov.br),o site tem como objetivo divulgar trabalhos que professores desenvolvem nas escolas, além de temas específicos para professores da educação infantil e ferramentas que valorizam o trabalho desse profissional tão importante da área do ensino.

“Visitamos escolas para incentivar a importância da divulgação dos trabalhos e das experiências dos professores. É uma forma de tirá-los do silêncio e de reconhecer o profissionalismo de cada um”, afirma Campos.

 

Números

Segundo dados do INSS de Araraquara, em 2011 no município de São Carlos 282 pessoas se afastaram do trabalho por motivos depressivos, 40 a mais do que o ano anterior. E até outubro deste ano os números já atingem 209 afastamentos.

 

São Carlos

2012 – 209 afastados pelo INSS

2011 – 286 afastados pelo INSS

2009 – 246 Afastados pelo INSS

 

Ibaté

2012 – 20 afastados pelo INSS

2011 – 14 afastados pelo INSS

2009 – 16 Afastados pelo INSS

 

Itirapina

2012 – 9 afastados pelo INSS

2011 – 11 afastados pelo INSS

2009 – 12 Afastados pelo INSS

 

“Síndrome de Burnout”

Essa síndrome é caracterizada por um distrúrbio psíquico depressivo, geralmente procedido do esgotamento físico e mental ligado a vida profissional.

Atenção: A dedicação exagerada às atividades profissionais é uma, o desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho, medição da auto-estima pela capacidade de realizações no sucesso profissional. Se sentir insatisfeito e incomodado quando seu trabalho não é reconhecido e obstinação e compulsão para realizar seu desejo profissional. 

Sintomas na Saúde: fortes dores de cabeça, tonturas, tremores, falta de ar, oscilações no humor, dificuldades de se concentrar, distúrbios do sono e problemas digestivos.

Sintomas de Comportamento: Necessidade de concentrar tudo em si próprio, descaso com as necessidades pessoais, como sair com amigos,comer e dormir; não ter coragem para enfrentar problemas, o que passa a se manter em isolamento e fugir de conflitos; a desvalorização do laser, casa e família, tornando o trabalho como a única forma de prazer; achar que ninguém tem capacidade de fazer o que você faz e finalmente, a síndrome do esgotamento profissional (Burnout), que corresponde ao colapso físico e mental. Quando o indivíduo chega nesse estágio é considerado crítico a saúde e a ajuda médica e psicológica deve ser urgente.

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Adilson Marques
Adilson Marques
11 anos atrás

Há 10 anos venho trabalhando com meditação com o objetivo de prevenir o burnut em funcionários da educação e da saúde, e também prevenir a fibromialgia. Todo o trabalho é voluntário e é realizado na ONG Rosa de Nazaré. Já tentei oferecer cursos de meditação para os funcionários da prefeitura, através da Escola de Governo, mas nunca foram aprovados. Se a nova gestão pública for sensível a esse problema, coloco-me, mais uma vez, a disposição para ensinar técnicas de meditação que, empiricamente, comprovam sua eficiência na prevenção do burnut e da fibromialgia. Meu contato: [email protected]

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