98 pessoas vacinadas contra a Covid-19 morreram em São Carlos
Dados mostram que 70% dos óbitos ocorreram após a aplicação da primeira dose das vacinas
Levantamento da Secretaria de Saúde de São Carlos, obtido pela reportagem do Jornal Primeira Página, que analisou dados da pandemia na cidade até o dia 30 de junho deste ano, mostrou que 98 pessoas vacinadas, com uma ou duas doses, faleceram. 25 morreram após a primeira dose da Coronavac e 44 após a primeira dose da AstraZeneca. Ou seja, cerca de 70% dos óbitos ocorreram após a aplicação da primeira dose das vacinas.
Houve também 27 mortes de vacinados após a segunda dose da Coronavac e duas mortes de vacinados com a segunda dose da AstraZeneca. A média de idade dos óbitos em vacinados com a Coronavac é de 76 anos (máximo 95; mínimo 68) e da Astrazeneca é 78 anos (máximo 98; mínimo 42). A média de idade dos mortos sem comorbidades é de 81 anos.
O levantamento foi feito com base em Dados abertos do “Vacina Já”do estado de São Paulo: https://www.saopaulo.sp.gov.br/planosp/simi/dados-abertos/; https://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/isolamento/; VIGEP – São Carlos; Site do Comitê Emergencial do Combate ao Coronavírus de São Carlos; SIS – Seção de Informação em Saúde; SIHD – Sistema de Informação Hospitalar e SIS Covid São Carlos.
É importante salientar que, mesmo com a existência de óbitos, isso não significa que as vacinas são ineficazes contra a doença. Algumas pessoas podem sentir uma sensação de falsa segurança após tomar a primeira dose da vacina e deixar de seguir os protocolos sanitários, como a higiene das mãos e distanciamento social. No entanto, epidemiologistas destacaram que a taxa de imunização após a primeira dose das vacinas é baixo. Os dados de eficácia divulgados pelas instituições científicas são medidos após a aplicação da segunda dose.
A taxa de eficácia geral da CoronaVac, por exemplo, é de 50,38%. E a proteção é de 78% para casos leves, segundo informou o Instituto Butantan em janeiro deste ano. Isso significa que a vacina reduziu em 50,38% o número de casos sintomáticos entre os voluntários da pesquisa e em 78% o número de infecções leves. Durante os testes, nenhum participante vacinado morreu ou foi hospitalizado por Covid-19, o que fez o governo de São Paulo divulgar na ocasião uma taxa de 100% de eficácia para casos graves. Mas o próprio Instituto Butantan esclareceu que essa informação não era estatisticamente significativa.
“As vacinas aprovadas para Covid-19 são eficazes em proteger contra a doença, mas nenhuma vacina é 100% eficaz. O risco de infecção por Sars-CoV-2 em pessoas totalmente vacinadas não é completamente eliminado enquanto houver transmissão contínua do vírus na comunidade”, reforça Denise Garrett, infectologista, ex-integrante do Centro de Controle de Doenças (CDC) do Departamento de Saúde dos EUA e atual vice-presidente do Sabin Vaccine Institute (Washington), em entrevista ao G1.