A devoção em dedicar a própria vida a Deus
Com onze anos, falou pela primeira vez que queria ser padre, declarou nosso entrevistado de domingo, Padre Márcio André Massola Gaido, pároco da igreja Santo Antônio. Ele conta sobre sua trajetória nos caminhos a serviço de Deus e fala também sobre o amor e a profunda devoção de Santo Antônio, o santo casamenteiro, já que estamos no mês das tradicionais festas juninas.
De uma família bastante religiosa, é natural de Jaú e tem 37 anos. Em 1995, com 19 anos, ingressou no seminário em Jaú e em 2003 tornou-se pároco da igreja de Santo Antônio aqui em São Carlos, onde em janeiro do mesmo ano era diácono. Padre Márcio convida a toda população de São Carlos para, no dia 13, quarta-feira, comemorar o dia do padroeiro. A primeira missa começa às 6h, e no decorrer do dia acontecerão mais sete missas; a venda do bolo começa a partir das 8h e às 19h será realizado o encerramento com uma procissão e queima de fogos pelo bairro da igreja – Vila Prado.
Primeira Página: Sobre a escolha da vida religiosa, foi um chamamento de Deus?
Padre Márcio: Toda vocação é um chamamento divino, é muito forte dentro da alma e do coração da gente. Quando Deus nos chama, ele está esperando uma resposta generosa da nossa parte. Pois, Deus não nos chama isoladamente do mundo, ele chama a gente quando estamos engajados dentro de um todo que é a igreja e a comunidade, ele nos chama ali no meio. Cabe a nós responder e perceber esse chamamento.
Quais os caminhos trilhados até se tornar padre?
Padre Márcio: Com 19 anos ingressei no seminário em Jaú, em 1995. Depois fiz três anos de filosofia aqui no Seminário Diocesano em São Carlos. Depois daqui, começamos um curso de teologia na PUC em Campinas, onde fiquei quatro anos. Então, foram oito anos de formação acadêmica em duas faculdades.
Quando o senhor assumiu a Paróquia de Santo Antonio?
Padre Márcio: Em 2002 terminei a faculdade em Campinas, e em 2003 vim para a Paróquia trabalhar como diácono, que foi em 18 e 19 de janeiro de 2003. No mesmo ano virei padre e o bispo me convidou para assumir a paróquia como pároco, e desde então estou aqui até hoje. Tomei posse em 13 de setembro de 2003.
Como estamos em um mês junino e o dia 13 é comemorado em homenagem a Santo Antônio, por que chamá-lo de Santo Casamenteiro?
Padre Márcio: Em um momento da história, uma mãe queria que a filha se vendesse para um conseguir dote e casar-se. A filha, muito temente a Deus, recusou essa ordem da mãe. Então, ela foi até a igreja e pediu uma graça para Santo Antônio, assim ela conseguiu o dote para poder se casar, sem precisar se vender. É por isso que ele ficou conhecido como Santo Casamenteiro. Mas a gente sabe que não existe mágica, o que existe é fé no coração de cada um e para se casar precisa de duas pessoas que se comprometem na fidelidade, no amor e no respeito. Quem dá a graça é Deus e os santos intercedem.
Hoje em dia ainda é forte o costume de procurar por Santo Antonio como santo casamenteiro?
Padre Márcio: Sim, é muito forte. Muitas pessoas estão procurando Santo Antônio para conseguir uma graça para se casar.
E o tradicional bolo de Santo Antônio feito na paróquia?
Padre Márcio: O bolo, tradicionalmente, na nossa paróquia tem 150 metros. Muita gente come o bolo para alcançar uma graça. Não é no bolo que está o poder, mas na fé das pessoas. Mas a pessoa come um pedacinho de bolo e faz uma oração, isso tudo ajuda a manter a fé ao santo e a Deus e a pessoa pode alcançar uma graça.
A festa de Santo Antônio é comemorada no dia 13 deste mês, quantas pessoas passam pela igreja neste dia? E os preparativos para a festa?
Padre Márcio: Cerca de 20 a 25 mil pessoas. Nosso bolo equivale a um quarteirão e meio. No dia 12, temos 70 pessoas que nos ajudam a confeccionar o bolo, pois só a massa é feita na padaria. Já no dia 13, por volta das 5h, nós começamos a levar o bolo para a rua.