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“A morte da minha mãe não pode ficar em vão”, afirmam familiares

05/03/2012 10h46 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
“A morte da minha mãe não pode ficar em vão”, afirmam familiares

A família de Aparecida Gomes de Oliveira, que morreu após ficar sete meses na fila de espera das cirurgias eletivas, está determinada a não deixar a morte em vão. Não é só a questão de justiça, mas segundo Tiago Rodrigo Oliveira, 29, filho de Aparecida, mas é não permitir que mais pessoas morram por ficarem na lista das cirurgias. “Enterrei a minha mãe na quinta-feira, não quero mais que outras pessoas morram por ficarem esperando uma cirurgia que teria que ser feita por causa da emergência dos casos. É um descaso, é um desrespeito com a vida humana”, afirma Oliveira.

Aparecida Gomes de Oliveira, 53, era balconista e morreu quinta-feira (1º) após esperar sete meses por uma cirurgia. A família pediu ajuda do poder público, mas, mesmo assim, o procedimento não foi realizado. Ela tinha dois aneurismas graves e estava internada desde sábado (25) quando desmaiou de repente. Na Santa Casa, ela passou por cirurgia para a drenagem de um dos coágulos, mas entrou em coma profundo e não resistiu.

Após quase oito meses de luta com o sistema público para conseguir um procedimento que poderia salvar a vida dela, a gente não teve sucesso. “Olha, nós lutamos muito, lutamos mesmo, corremos de um lado para o outro, fizemos de tudo e ficamos barrados na burocracia do serviço público”, lamentou o genro Thiago Cardoso Cruz.

Aparecida precisava passar por cirurgia desde agosto de 2011. Como não podia pagar pelo procedimento, que custa R$ 35 mil, procurou ajuda da prefeitura. Segundo Cruz, as pessoas do Centro de Especialidades começaram a tratá-los com descaso. “No Ceme, íamos semanalmente para tentar resolver a situação, porém como estamos direto no local começaram a tratarmos com indiferença. Chegamos a ouvir que ela [Aparecida] passe mal era para levarmos para a Santa Casa”, conta Cruz.

Outras 1,5 mil pessoas aguardam na fila de espera por uma cirurgia eletiva.. “Se a gente não bradar a gente não vai conseguir mudar uma situação que é gravíssima”, disse Oliveira. Outras 1,5 mil pessoas estão com certeza correndo risco de vida”, disse o genro da balconista Aparecida, Thiago Cruz.

Outro lado – O Secretário de Saúde de São Carlos, Marcus Bizarro, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira (2) que acredita na retomada das cirurgias eletivas ainda neste mês.

Na cidade, as cirurgias eletivas estão suspensas desde o começo do ano passado. O secretário comentou o que está sendo feito para a volta dos procedimentos. “Nós já informamos à Santa Casa o pagamento de uma tabela diferenciada para a realização de cirurgias eletivas. Estamos aguardando um retorno com relação à forma que os pacientes serão atendidos para a avaliação pré-operatória e como organizaremos a avaliação da fila de cirurgias. Acredito que dentro ainda do mês de março a gente consiga reiniciar a realização de cirurgias eletivas”, disse.

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