Sacolinhas não serão mais distribuídas
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 3 de fevereiro entre supermercados, Procon-SP e Ministério Público do Estado de São Paulo para prorrogar por 60 dias o fim do uso das sacolinhas descartáveis termina nesta quarta-feira, 4. O seu objetivo era dar mais tempo para o consumidor se adaptar à suspensão da distribuição gratuita das sacolas descartáveis.
Apesar dos dias de adequação ao acordo estabelecido entre a Apas (Associação Paulista de Supermercacados) e o Governo do Estado de São Paulo, a retirada de circulação das sacolinhas é uma medida que ainda divide opiniões de empresários, especialistas e consumidores.
De acordo com Luiz Fernando Sverzut, sócio da Hece Máquinas, é necessário o consumo consciente de sacolinhas, porém uma campanha pura e simples para banir sacolas é muito radical. “A sacola plástica tem seus defeitos, mas também tem suas virtudes. Através de uma pesquisa realizada pela Plastivida, instituto socioambiental dos plásticos com o qual trabalhamos, observou-se que 100% da população utiliza a sacola plástica como lixo doméstico e 71% da população acha a sacola plástica a forma ideal de transportar compras do dia-a-dia”, explica.
No entanto, para o gestor ambiental João Carlos Martins, oferecer alternativas às sacolas plásticas como sacolas biodegradáveis compostáveis, sacolas reutilizáveis, carrinhos de feira ou caixas de papelão é uma maneira de contribuir para a sustentabilidade, dando fim ao ciclo de vida do descarte das sacolas e evitando prejuízos ao meio ambiente.
Segundo ele, apesar de recicláveis, as sacolas plásticas, quando contaminadas com lixo orgânico, se tornam inviáveis para a reciclagem. “Tudo aquilo que é impossível de reciclar é despejado no aterro sanitário, inclusive, essas sacolas contaminadas. Durante a degradação do material, há a emissão de gás metano, que polui duas vezes mais que o gás carbônico e contribui ainda mais para o aquecimento global”, afirma.
A dona de casa Marta Azevedo comenta que ainda vive um processo de adaptação, mas é a favor da campanha. Para ela, ao adotar a medida, a humanidade mostra que está amadurecendo e pensando no legado que deixará para as próximas gerações. “Mesmo durante os dias que os supermercados voltaram a disponibilizar as sacolas, eu continuei com a reutilizável. Eu praticamente já tenho uma coleção delas, pois muitas vezes eu esqueço a sacola reutilizável no carro. É uma mudança gradual, mas necessária”, afirma.
Já na opinião do aposentado José Galindo o acordo tem como objetivo favorecer os donos de supermercados, que não terão mais que arcar com os custos das sacolinhas. “Acho um descaso com o consumidor. As sacolinhas continuam sendo cobradas com valores embutidos nos produtos. Se pagamos por elas, temos o direito de utilizá-las”, declara.