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Alberto Ivo de Medeiros (Bertinho) esclarece sobre o encerramento das atividades da ABASC

11/03/2025 11h38 - Atualizado há 17 horas Publicado por: Redação
Alberto Ivo de Medeiros (Bertinho) esclarece sobre o encerramento das atividades da ABASC

O ex-diretor social e ex-presidente da extinta Associação Beneficente dos Alfaiates de São Carlos (ABASC), Alberto Antônio Ivo de Medeiros, Bertinho, de 86 anos, encaminhou ao jornal PRIMEIRA PÁGINA esclarecimentos sobre os motivos do encerramento das atividades do tradicional clube. Alvo de frequentes críticas em redes sociais, Bertinho afirma que seus detratores “agem com má-fé e incorrem em crimes” e que todos os atos referentes à ABASC ocorreram dentro da legalidade.

 

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO ENCERRAMENTO DA ABASC

 

Por Alberto Antonio Ivo de Medeiros

– Logo no primeiro ano após a inauguração do Sesc São Carlos, em maio de 1996, a ABASC – que chegou a ter quase 9.500 sócios entre titulares e dependentes – perdeu 1.900 associados. No ano seguinte, mais de 2.000 sócios e dependentes deixaram a associação, já que 70% dos associados eram pessoas do comércio. Na época, a mensalidade da ABASC era de R$ 70,00 para sócio-família, R$ 50,00 para sócio individual e R$ 15,00 por dependente, enquanto a do Sesc era de R$ 20,00 para sócios e R$ 5,00 para dependentes. Em 2000, a ABASC contava com apenas 1.950 associados e viu sua arrecadação cair 70%.

– A ABASC possuía várias propriedades, incluindo quatro apartamentos, um terreno na Rua 13 de Maio (onde funcionava o Tênis Clube), casas vizinhas adquiridas posteriormente e um terreno da família Maffei, utilizado para ampliar o salão social. A partir de 1999, a ABASC começou a vender suas propriedades para se manter financeiramente.

– Em 2003, o engenheiro e ex-prefeito Mario Maffei, vizinho da ABASC, constatou que o teto do salão social estava cedendo e alertou para o risco de desabamento caso fosse realizado o carnaval de 2004.

– O então presidente da ABASC, Rinaldo Pucci, solicitou ao engenheiro Marcos Nagliati – membro da Mesa da Santa Casa – que fizesse uma avaliação. Após vistoria, constatou-se a necessidade de reforma urgente do telhado, com custo estimado em R$ 1.200.000,00, valor que a ABASC não possuía. Nesse contexto, surgiu uma proposta de compra do imóvel pela Igreja Universal.

– Três empresas de São Carlos realizaram avaliações imobiliárias, e o menor valor foi de R$ 2.500.000,00. Em outubro de 2003, a Igreja Universal recebeu as avaliações e enviou engenheiros para inspecionar o prédio. Na semana seguinte, apresentou uma oferta de R$ 2.300.000,00, com pagamento em quatro parcelas.

– O presidente Rinaldo Pucci convocou uma assembleia com os conselheiros, que aprovaram a venda por unanimidade. A igreja exigiu que o prédio fosse entregue desocupado até 31 de dezembro de 2003, o que levou à transferência das atividades para o Clube de Campo da ABASC imediatamente após um baile de formatura agendado para 30 de dezembro.

– Após a venda, foi iniciada a construção de um novo salão social no Clube de Campo, concluído a tempo do carnaval de 2004. A partir de então, a diretoria decidiu investir no esporte: as piscinas foram iluminadas, uma quadra de tênis e uma academia foram construídas, e professores foram contratados para oferecer aulas gratuitas aos associados. Além disso, um técnico de futebol foi contratado por R$ 2.000,00 mensais e o campo de futebol recebeu iluminação ao custo de R$ 120.000,00.

– No entanto, apesar das melhorias, apenas 13 novos associados ingressaram no clube. Para aumentar a arrecadação, a ABASC firmou parceria com a Rádio Clube para a realização de shows e eventos no ginásio, mas reclamações de moradores do Residencial Damha sobre o volume do som levaram a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e ao investimento de R$ 150.000,00 em equipamentos de redução de ruído. Mesmo assim, as reclamações continuaram, e a ABASC foi multada em R$ 16.000,00.

– Outro revés ocorreu com a proibição da venda de bebidas alcoólicas em rodovias estaduais, o que afetou a realização de festas e formaturas no clube. Um incidente envolvendo um menor de idade consumindo champanhe em um evento resultou em uma multa de R$ 8.000,00 ao Buffet Karan. Além disso, operações da polícia rodoviária com testes do bafômetro desestimularam a realização de eventos no local.

– Diante das dificuldades, surgiu uma proposta para a construção de um hotel da rede Blue Tree no terreno do Clube de Campo, em parceria com a Rádio Clube e o Buffet Karan. A ABASC receberia oito apartamentos como contrapartida, o Buffet Karan quatro e a Rádio Clube dois. Porém, após a venda de 40% das unidades e o início da fundação do hotel, a construtora Gigante Imóveis declarou falência, interrompendo o projeto e deixando a ABASC sem alternativas.

– Com apenas 130 associados e sem recursos, as atividades do Clube de Campo foram encerradas. Nenhum dos sócios patrimoniais estava em dia com as mensalidades. Conforme o estatuto, seus títulos estavam invalidados.  Na ocasião, sem segurança contratada, o local passou a sofrer furtos recorrentes, incluindo o roubo do transformador de energia, equipamentos da academia, troféus e até retratos de ex-presidentes. Foram registrados três boletins de ocorrência.

– A ABASC efetuou pagamento de indenizações trabalhistas (quase R$ 1.000.000,00), de dívidas com a Receita Federal (cerca de R$ 300.000,00), além de outros débitos com fornecedores. Parte do terreno foi repassada ao Buffet Karan como indenização. Com os R$ 2.000.000,00 ainda disponíveis em caixa, todas as dívidas foram quitadas e as atividades da ABASC foram encerradas.

– Todos os comprovantes de pagamentos ficaram à disposição, e os passos até o encerramento foram aprovados em plenária com a participação dos conselheiros. Algumas pessoas que adquiriram apartamentos no empreendimento do hotel acionaram a Justiça, mas a propriedade foi leiloada e arrematada, sem ressarcimento aos compradores. Há cinco anos a área do clube de campo está na posse do Grupo Santa Cruz, que atua no segmento funerário.

– É lamentável a disseminação de comentários maldosos e de má-fé nas redes sociais sobre o encerramento da ABASC. Por sinal, um dos principais críticos é filho de um alfaiate que por mais de 30 anos foi membro do Conselho Deliberativo da ABASC, exercendo cargos de secretário e presidente do órgão, e atuou na diretoria como tesoureiro após a venda da sede social. Se tivesse se informado com seu próprio pai, teria conhecimento da real situação da entidade.

– Esse mesmo indivíduo faz menção a homenagens que possam ser feitas a mim postumamente. No entanto, recebo homenagens em vida com muita honra, tendo sido agraciado, em 1976, com o título de Cidadão Benemérito de São Carlos e, posteriormente, com a Comenda Santos Dumont, concedida pela Aeronáutica no centenário de Santos Dumont.

– Por fim, esclareço que avalio ingressar com ação criminal contra aqueles que me citam nominalmente em ataques sistemáticos, gratuitos e covardes nas redes sociais, incorrendo em crimes de calúnia, injúria e difamação. A internet não é um território sem lei, e o Código Penal Brasileiro se aplica a crimes contra a honra praticados no ambiente virtual.

 

Quem é “Bertinho da ABASC”

Nascido em São Carlos em 15 de novembro de 1938, Alberto Antonio Ivo de Medeiros, com 65 anos de serviços prestados à ABASC, ficou conhecido como o “Bertinho da ABASC”.

Cursou o primário no Grupo Escolar Eugênio Franco e o preparatório da 1ª. Série ginasial no Ginásio Diocesano. Realizou o curso técnico de Contabilidade na Escola D.Pedro  II e de Direito na Faculdade de Direito de São Carlos e UNIARA, em Araraquara.

Ingressou na Associação Beneficente dos Alfaiates de São Carlos (ABASC) em 4 de fevereiro de 1954 na sede antiga. Participou da inauguração da sede nova em 25 de janeiro de 1959. A partir de então, foi nomeado diretor social e teve diversos cargos na entidade, tendo exercido a presidência durante quase 10 anos.

Em 1968, ao lado do então presidente da ABASC, Carmine Botta, participou da aquisição do Clube de Campo.

Aos 24 anos, Bertinho foi eleito para atuar na legislatura de 1963 a 1967. Naquele tempo, os vereadores não recebiam subsídios.

Após ter prestado serviços à Comissão Municipal de Turismo na administração do interventor, Dr. Antonio Teixeira Vianna, no ano de 1972 foi convidado a ser secretário de Turismo, na administração do prefeito Mario Maffei, no período de 1973 a 1976. Na ocasião o secretário de Turismo exercia o cargo gratuitamente, tinha apenas uma verba de representação. Depois, foi convidado a ser secretário de Turismo novamente, no governo de Vadinho Guzzi, de 1989 a 1992. Após seu trabalho na administração de Mario Maffei, recebeu o título de Cidadão Benemérito por serviços prestados ao Município.

Em 1982, prestou concurso em São Paulo, para ser agente do FUNRural e, aprovado em 17° lugar, pode escolher a regional de São Carlos, com jurisdição sobre os municípios de Descalvado, Dourado, Ribeirão Bonito e Ibaté. No período, chegou a formalizar a aposentadoria de quase 8 mil trabalhadores rurais. O FUNRural mantinha convênio com todas as Santas Casas da região e Bertinho obteve a primeira ambulância para a Santa Casa de São Carlos. Para a região, conseguiu a destinação de aparelhos de raio-X e consultórios odontológicos.

Alberto Antonio Ivo de Medeiros foi por 10 anos membro do Juri da Comarca, presidente da Junta Eleitoral e ainda presidente do Lions Centro por dois mandatos, participou da comissão para terminar o ginásio Milton Olaio Filho e da comissão para a iluminação da Catedral de São Carlos. Na ocasião, para angariar recursos para o serviço, realizou o 1º.Baile Junino no clube de campo da ABASC.

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