Caso Joaquim: 2º dia de júri de acusados dura menos de 3h
Oito testemunhas devem ser ouvidas hoje, quarta-feira. Réus devem falar somente no sábado, 21 de outubro

Ontem, 17 de outubro, o segundo dia do júri de Natália Ponte e Guilherme Longo, mãe e ex-padrasto acusados pela morte do menino Joaquim Ponte Marques, em 2013, foi encerrado no início da tarde, menos de 3h depois do início dos trabalhos no Fórum de Ribeirão Preto.
Testemunhas comuns tanto para defesa quanto para acusação, três das quatro pessoas inicialmente previstas no cronograma prestaram depoimento.
Além da pediatra Roseli Scarpa, que cuidou da criança no período em que ela começou a ser tratada contra a diabetes, também foram ouvidos Dimas Longo, pai de Guilherme Longo, e Alessandro Mingoni Ponte, irmão de Natália, que falou por videoconferência.
Irmã de Guilherme, Karina Longo utilizou o direito de não prestar depoimento por ser familiar do acusado e saiu mais cedo do Fórum.
O julgamento está sendo realizado uma década depois da morte de Joaquim, encontrado morto nas águas do Rio Pardo, em Barretos, em novembro de 2013, cinco dias depois de ser dado como desaparecido da casa em que vivia com a mãe Natália Ponte e o então padrasto, Guilherme Longo, no Jardim Independência, em Ribeirão Preto.
Segundo a acusação da Promotoria Pública, Longo matou o enteado com uma superdosagem de insulina e depois jogou o corpo dele em um córrego perto da residência da família. Por isso, ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil, recurso que impossibilitou defesa da vítima e meio cruel.
Preso preventivamente desde 2018, ele não responde mais por ocultação de cadáver devido a um acordo de extradição com a Espanha, onde foi recapturado após fugir.
Em liberdade, Natália Ponte também responde pelo homicídio, mas por ser omissa com relação ao filho. De acordo com o Ministério Público, ela tinha conhecimento de que Longo, companheiro dela na época, tinha comportamento agressivo e era usuário de drogas.
Com o encerramento do segundo dia, os jurados já ouviram nove depoimentos desde o início do julgamento em Ribeirão Preto. Hoje, quarta-feira (18), mais oito testemunhas de defesa devem falar diante dos jurados. O interrogatório dos réus está previsto para sábado (21).
2º DIA DO JÚRI
Mais uma vez sem acesso para imprensa e público em geral, por sigilo mantido em decisão do Supremo Tribunal Federal, o júri começou às 10h desta terça-feira no fórum localizado no bairro Nova Ribeirânia, zona leste de Ribeirão Preto.
Além das testemunhas e dos jurados, estiveram presentes para acompanhar a sessão Natália Ponte, com o marido, bem como o promotor de eventos Arthur Paes Marques, pai de Joaquim, que havia prestado depoimento no primeiro dia.
A primeira a falar foi a médica Roseli Scarpa. Durante 20 minutos, ela relatou detalhes sobre o tratamento do menino Joaquim, enquanto ele esteve internado ao ser diagnosticado com diabetes, um mês antes de morrer.
Em seguida, foi a vez de Dimas Longo, pai do réu Guilherme Longo. Depois de abraçar o filho no plenário, ele falou por pouco mais de uma hora aos jurados.
Após uma pausa de dez minutos, o júri foi retomado ainda durante a manhã com o depoimento de Alessandro Mingoni Ponte por videoconferência.
Por volta das 12h30, a irmã de Guilherme Longo, Karina Longo, optou por não falar e deixou o fórum mais cedo. Na sequência, a presidência do júri fechou os trabalhos do dia.